Descarte incorreto de lixo preocupa moradores às margens do Rio Tavares, em Ubatuba

Ação para limpeza iniciada em julho tenta salvar ambiente no Estufa 1, mas despejo de resíduos diretos na água não cessa

Área de preservação ambiental passando por limpeza; descartes irregulares de lixo ameaçam rio em Ubatuba (Foto: Leandro Oliveira)

Da Redação
Ubatuba

A Prefeitura de Ubatuba, voluntários de uma organização e moradores, se uniram para um trabalho de remoção do lixo encontrado no Rio Tavares, que corta o bairro Estufa 1 e desagua na praia do Itaguá. A qualidade da água da praia é considerada própria para o banho, segundo a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), mas por uma boa parte do fluxo do rio, o que se vê é uma água poluída.

A ação teve início em julho. O grupo Tamoios de Ubatuba realiza a o bloqueio do lixo que desce pelo rio, com barreiras flutuantes. Quando há grande acumulo de resíduos, eles fazem a remoção do material. São encontradas garrafas pet, latas de alumínio, restos de material de construção, mobílias e até fraldas descartáveis. Animais mortos também são localizados no rio. “Cada quinze dias tiramos uma caçamba de lixo da boia de contenção”, afirmou Uddhava Dasa, um dos agentes ambientais do grupo.

Em agosto, a ação contou com apoio da Prefeitura, que realizou o desassoreamento do rio. Esse é um processo que remove resíduos e sedimentos acumulados no fundo do rio, o que facilita o escoamento da água e evita novas enchentes. A estimativa é de que cerca de sessenta toneladas de lixo acumuladas foram removidas nos últimos três anos de ações no rio.

Genílson Santos mora no Estufa 1 há duas décadas e já sofreu com a época de cheia na região. “Se a chuva é forte e dura muito tempo, a gente começa a se preocupar com a água subindo, a gente tem medo do pior, de perder as coisas de casa”, contou. “Eu acho que é importante esse tipo de trabalho, mas os moradores também têm que evitar jogar lixo em lugar impróprio”.

A conscientização é algo que o grupo Tamoios de Ubatuba busca levar aos moradores. Porém, a tarefa se faz difícil, diante do cenário insalubre e poluído encontrado no curso do rio. Do Estufa 1 ao Itaguá são cerca de três quilômetros. A região onde foi realizada a ação conjunta recebe esgoto e fluxo de água de toda a região, antes de desaguar na praia. “É triste, mas é necessário que continuemos retirando”, concluiu Uddhava.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?