Vereadores barram pedido de investigação sobre Edson Mota
Por 10 votos a 3 parlamentares comemoram resultado e defendem prefeito, que recebeu R$ 18.822,87 em dinheiro sem regulamentação
Jéssica Dias
Cachoeira Paulista
A Casa recebeu, na última semana, um pedido do morador Marcelo José Villela Pinto para processo de abertura de cassação de Mota, por receber em pecúnia (em dinheiro) suas férias e pagar as férias do vice-prefeito Domingos Geraldo dos Santos (PR).
Em sessão ordinária, os parlamentares debateram, defenderam e comemoraram o resultado final para reprovação por 10 votos a 3.
O processo apresentado pelo morador cita que no dia 16 de janeiro de 2019 foram pagos R$ 18.822,87 para as férias do prefeito e outros R$4 mil para o vice.
Segundo o STF (Supremo Tribunal Federal) as férias e o 13º podem ser pagos, tanto ao prefeito, vice e vereadores, desde que exista lei de autoria da Câmara e orçamento nos cofres público, o que não foi feito em Cachoeira.
O final da sessão foi marcado por comemoração dos parlamentares contrários ao recebimento do pedido de cassação. Agenor do Todico (PSDB); Aldeci Baianinho (PSC); Breno Anaya (PSC); Dimas Barbosa (PTB); Nenê do São João (PSB); Carlinhos da Saúde (PSD); Mariza Hummel (PP); Max Barros (DEM); Vica Ligabo (PTB) e Tião do Marly (PR) votaram contra o pedido, garantindo a vitória de Mota. Para o vereador Max Barros, o processo de investigação feito pelo morador é infundada.
“Eu me posiciono contrário a essa denúncia. É para fazer politicagem, o denunciante não é nem homem para estar presente na sessão. Para mim, um cara que denuncia o prefeito tem que ser homem e ter coragem”, afrontou.
Os favoráveis à investigação foram Professor Danilo (PROS), Dadá Diogo (PODE) e Thales Satim (PSC), que destacou que a denúncia foi bem feita, fundamentada.
Um dos principais defensores do prefeito na Câmara, Max se posicionou favorável à uma cassação, se fosse emitida pelo Poder Judiciário. “O que estão querendo fazer é desmoralizar a Câmara, colocá-la contra a população, colocar o prefeito contra a população. Se o Edson Mota cometer algum crime, desvio de dinheiro, e chegar ao Poder Judiciário (?), aí sim nós vamos analisar e vamos votar a cassação do prefeito”, defendeu.
Nenê do São João também foi à tribuna para defender o Executivo e afirmou que o prefeito trabalhou e retirou “o que é direito dele”. “O prefeito não roubou, ele trabalhou, ele recebeu uma coisa que acha que está no direito dele, se for para devolver, vai devolver. Agora, cassação? O grupo da maldade quer cassação, quer ver a cidade afundar, a cidade está tentando crescer”, declarou.
Com a base governista reforçada e maioria, o oposicionista Thales Satim luta contra uma falta de investigação e apuração. “Do que nós estamos vivendo hoje? A Câmara vai ser o que o prefeito mandar, infelizmente nós estamos vendo uma ausência de argumento para justificar o voto contrário, porque o vereador tem sua autonomia, sua liberdade ao voto a expressar sua opinião. Podemos ver eles debatendo se o prefeito fez isso, fez aquilo. Eu até concordo que algumas coisas ele fez, mas uma coisa correta não justifica outra coisa incorreta”.