Região segue tendência nacional e vê leite sobe mais de R$ 3 em cinco meses

Produtor rural culpa a queda na produção e a alta nos custos; variação com produto chega a 110% em relação a janeiro

Preços nas prateleiras de supermercados têm assustado consumidores da região; leite subiu R$ 3 no ano (Foto: Francisco Assis)

Andréa Moroni
RMVale

Depois da alta de vários alimentos que compõem a cesta básica, chegou a vez do leite. Nas prateleiras dos supermercados, os preços sobem desde janeiro. Segundo o Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais) da Universidade de Taubaté, o leite subiu R$ 3,29 de janeiro a junho desse ano na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), o que corresponde a uma variação de 110% em relação a janeiro.

Para o vice-presidente do Sindicato Rural de Lorena e Piquete, João Paulo Nunes, a alta nos preços pode ser explicada pela lei de mercado. “É a lei da oferta e da procura. A oferta do produto caiu muito. Na verdade, a produção no primeiro trimestre caiu mais de 10% devido à baixa rentabilidade. Muita gente saiu da atividade, migrou para outra, porque a ordenha não estava mais compensando e com isso caiu a oferta do produto”, analisou.

Nunes explicou que essa queda na produção de leite não é só no Brasil, lembrando que a produção no mundo inteiro caiu devido à alta nos custos dos insumos, do milho, da soja, medicamentos e também do óleo diesel, “o que tornou inviável muitos sistemas de produção”.

Segundo o sindicalista, a tendência agora é que o preço do leite se estabilize, já que não há ainda previsão de queda nos preços. Ele acredita numa estabilização.

O produtor lorenense enfatizou que a produção é cíclica e passou, nos últimos dois anos, por um período bastante crítico. Ele contou que no primeiro semestre, grande parte das fazendas leiteiras vem fechando no vermelho e agora, com essa recuperação nos preços, o produtor começa a tomar fôlego para poder bancar o prejuízo que teve nos meses anteriores.

Para Nunes, o grande beneficiado pelo aumento do preço no leite foi o varejo. “As grandes redes de supermercados aumentam as margens de preço, sobem o preço nas gôndolas, mas não repassam para o produtor. Na verdade, os mais prejudicados são o produtor e o consumidor final”.

Nutricionista destaca importância do leite, mas lembra alimentos que podem substituí-lo

Cesta Básica – Após um recuo dos preços em maio de 0,72%, a cesta básica voltou a subir em junho atingindo + 2,05% no Vale do Paraíba. O aumento dos preços foi resultado de baixa oferta de produtos que estão no período de entressafra, assim como aumento dos custos de produção influenciado por insumos e transportes que ficaram mais caros. Os dados são do Nupes da Universidade de Taubaté.

O preço da cesta básica em junho, mais do que anulou a baixa dos preços verificado em maio. O valor em junho foi de R$ 2.609,77 sendo, portanto, maior que no mês de maio que foi de R$ 2.557,25.

Na comparação dos preços médios de maio com os do mês de junho, dos 32 produtos de alimentação pesquisados, 22 apresentaram aumentos, 10 reduções. Dos 5 produtos de higiene pessoal 3 apresentaram aumento e 2 reduções. Dos 7 produtos de limpeza doméstica 4 apresentaram alta e 3 apresentou baixa.

Verifica-se que a maioria dos produtos apresentaram alta nos preços no mês de junho, sendo que, aqueles que apresentaram queda tiveram percentual menor, o que contribuiu para o aumento no preço médio da cesta. Exemplo, produto com maior alta: Leite de Caixa + 15,23%, Feijão Carioquinha + 10,79% e Queijo Mussarela + 8,16% e Farinha de Trigo + 7,33%. Já os produtos que tiveram queda nos preços foram: a cenoura, variação negativa em – 17,62%; Tomate – 15,32% Batata – 7,08% e a Bisteca de Porco – 5,35%.

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