Com quase três mil casos, Pinda amplia combate contra dengue
Cidade registra ainda dois casos de chikungunya; Estado tem 15 mortes confirmadas e investiga outras 21
Andréa Moroni
Pindamonhangaba
Os casos de dengue continuam em preocupante crescimento na região. Uma das situações mais alarmantes é a de Pindamonhangaba. De acordo com o último boletim divulgado pela Vigilância Epidemiológica, nesse início de ano, até o último dia 10, já foram registrados 2.955 casos da doença.
O momento chama ainda mais atenção quando comparado ao mesmo período do ano passado, quando 34 casos foram registrados. O índice atual tem, ainda, 448 contaminações a mais que em todo o ano de 2023, quando a cidade teve 2.507 confirmações da doença. O ano de 2024 tem duas mortes registradas, além de dois casos de chikungunya, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Os dados da cidade apontam para condição mais preocupante nos bairros Ipê, Vila São Benedito, Pasin, Mantiqueira e Centro do Distrito de Moreira César. Juntos, esses setores somam 878 casos, 29,8% do total.
A situação obrigou o Município a ampliar a estrutura de atendimento. A Prefeitura deu início a ações de humanização e melhorias em espaços como a UPA de Moreira César, serviço prestado no Polo de Atendimento, localizado em um espaço exclusivo ao lado da unidade, e no Pronto Socorro, que foi descentralizado, priorizando a atenção aos pacientes com suspeita de dengue, além do trabalho de alerta para a população com relação à necessidade de eliminar focos do mosquito em pontos com água parada. “As equipes estão eliminando os focos criadouros, fazendo nebulizações e bloqueios. Precisamos da colaboração dos moradores”, alertou o diretor de Proteção aos Riscos e Agravos à Saúde, André Pereira.
Com o avanço da doença, o acompanhamento do Estado sobre os dados da dengue foi intensificado. O COE (Centro de Operações de Emergências) anunciou uma ação para ampliar a transparência dos dados com o Painel de Monitoramento da Dengue. Agora, as informações poderão ser filtradas por data, cidade e o GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica), disponível no link dengue.saude.sp.gov.br/dengue/. “As informações podem ser acessadas pelo celular ou computador. Dessa forma, estamos ampliando o acesso da informação sobre a dengue para toda a população”, destacou a diretora do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) da secretaria de Estado da Saúde, Tatiana Lang D’Agostini. “São dados que nos ajudarão no combate à doença em todas as regiões do estado”, comentou.
Em todo o estado, o governo contabilizou 15 mortes por dengue nesse ano. Outros 21 óbitos estão em investigação. São 55.317 casos confirmados até o momento, sendo 83 considerados graves.
Em outras cidades da região, a situação também pede atenção. Segundo o último boletim da Vigilância Epidemiológica de Lorena foram notificados 600 casos, suspeitos da doença, descartados 378 e confirmados 222. Já Guaratinguetá registrou 555 casos positivos até a última quarta-feira (14).
No Litoral Norte, Ubatuba é a cidade com mais registros da doença. Até o dia 12 foram registrados 1383 casos de dengue. A Vigilância Epidemiológica também registrou três casos suspeitos de chikungunya. Em Caraguatatuba, o número de casos é bem menor. Foram registrados 144 casos até o início da última semana.