Após protestos de funcionários da Gerdau, demitidos entram em acordo

Desligamento em massa de trabalhadores levam à paralisação de atividades por quase dois turnos; empresa enfrenta queda nas vendas

Protestos com participação de profissionais demitidos, em Pinda; Gerdau fala em queda de vendas em concorrência com a China (Foto: Divulgação SMP)

Lucas Oliveira
Pindamonhangaba

Em protesto à demissão de cem colegas de trabalho, os funcionários da Gerdau de Pindamonhangaba realizaram uma paralisação entre a noite da última quarta-feira (14) e a manhã desta quinta-feira (15). A direção da fabricante de aços especiais alega que o corte de pessoal foi necessário devido a questões econômicas. Empresa e trabalhadores anunciaram um acordo horas depois.

Segundo o Sindmetp (Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba, Moreira César e Roseira), os funcionários do turno da madrugada decidiram em assembleia, realizada na porta da empresa na noite da última quarta-feira, a não trabalharem em solidariedade aos colegas que foram demitidos na tarde do mesmo dia. A paralisação foi mantida pela equipe do turno da manhã até às 10h desta quinta-feira.

De acordo com o sindicato, o grupo desligado foi informado sobre o corte ao retornar ao trabalho na manhã da última quarta-feira após ficar cinco meses em layoff, regime adotado quando ocorre a suspensão temporária do contrato de trabalho como alternativa para evitar demissões em períodos de queda na produção fabril. Em contrapartida, a Gerdau manteve em seu quadro outros oitenta colaboradores que também estavam de layoff por cinco meses.

Em nota à imprensa regional, a fabricante de aços especiais, que emprega cerca de 2.500 pessoas na planta de Pinda, explicou que o corte de pessoal “é reflexo do cenário desafiador enfrentado pelo mercado brasileiro frente às condições predatórias de importação de aço chinês” (trecho da nota). A empresa solicita ainda que o Governo Federal aumente o valor da taxa de     impostos sobre o aço importado da China como forma de tornar a competição mais justa entre as empresas instaladas no Brasil e no país asiático, o que garantiria a manutenção de empregos no setor siderúrgico nacional.

Segundo o Sindmetp, que chegou a solicitar à Gerdau que ao invés de demissões ocorresse à extensão do layoff por mais cinco meses, uma reunião entre o seu presidente, André Oliveira, e diretores da empresa na manhã desta quinta-feira resultou em um acordo, que garante que cada demitido receberá uma indenização de R$ 3 mil e o pagamento de uma quantia referente a cinco meses de salário. O acordo prevê ainda que a empresa não realizará novos cortes pelos próximos três meses. “Cada emprego é importante. Foi um avanço diante do cenário, a situação é crítica. Lá atrás a empresa já falava de um excedente de quatrocentas pessoas. A produção piorou e ainda havia ainda o medo de novas levas de demissões e esse acordo de garantia de emprego foi um avanço nesse sentido”, destacou o presidente do Sindmetp, André Oliveira.

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