Funcionários da Gerdau protestam contra modelo de plano de carreira em Pinda
Trabalhadores denunciam acúmulo de funções na linha de produção; sistema é paralisado por quase duas horas
Lucas Barbosa
Pindamonhangaba
Contrários ao plano de carreira implementado pela empresa Gerdau, em 2017, os funcionários da unidade de Pindamonhangaba promoveram um protesto na manhã desta quinta-feira (5). Os manifestantes, que paralisaram suas atividades por cerca de duas horas, denunciam que parte dos trabalhadores está acumulado funções sem receber o reajuste salarial.
Comandado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba, o protesto na porta da empresa foi iniciado por volta das 7h. Em assembleia, os quase 2,4 funcionários da fabricante de laminados de aço aprovaram a interrupção momentânea do serviço.
De acordo com o sindicato da categoria, os trabalhadores criticam o programa de plano de carreira, denominado “Multifunção”, que estaria causando distorções na estrutura de cargos e salários. “Desde 2017, estamos reivindicando adequações no ‘Multifunção’, já que muitos colaboradores estão com seus salários defasados e acumulando diversas funções, sem receber por elas. A fábrica colocou muitos trabalhadores em nível mais baixo, com cada vez mais funções acumuladas e parou o plano de carreira. De 30 a 40% dos funcionários têm algum problema relacionado a essa situação”, afirmou o presidente do sindicato, André Oliveira.
Durante a assembleia, os manifestantes questionaram ainda o fato de a Gerdau não pagar o direito trabalhista de adicional de insalubridade aos metalúrgicos que atuam no Setor de Laminação 3. Segundo a categoria, a área oferece riscos à saúde, como excesso de poeira, calor e ruídos.
Após a manifestação, os funcionários retornaram ao trabalho por volta das 9h. Mas a categoria não descarta promover novas paralisações ao longo do mês, caso a direção da empresa não atenda as reivindicações.
Outro lado – Em nota oficial à imprensa regional, a Gerdau destacou que o programa ‘Multifunção’ é um modelo de desenvolvimento de carreira operacional, implementado em todas as suas plantas no Brasil. A companhia ressaltou ainda que “reforça seu compromisso com o diálogo contínuo e transparente tanto com os representantes do Sindicato quanto com seus colaboradores (trecho da nota)”.