Câmara de Cachoeira amplia subsídio para R$ 5,5 mil à próxima legislatura

Salário mínimo era questionado como obstáculo para atendimento à população; aumento divide opiniões e Nenê avalia outro projeto neste mandato

Parte dos vereadores de Cachoeira, que compõe a legislatura 2021-2024; Câmara aprova novo reajuste nos subsídios (Foto: Arquivo Atos)

Rafaela Lourenço
Cachoeira Paulista

Após dois anos da redução no subsídio dos vereadores de Cachoeira Paulista, para quase um salário mínino, a Câmara aprovou um novo reajuste nesta semana. A ampliação da folha de pagamento para R$ 5,5 mil a cada parlamentar. A medida deve entrar em vigor a partir de 2025.

Aprovado por sete votos a quatro, o projeto de autoria do vereador Carlinhos da Saúde (PL), reajusta os atuais rendimentos de R$ 1,2 mil para R$ 5,5 mil. A mudança, que valerá apenas para a próxima legislatura (2025 – 2028) dividiu opiniões no plenário. Votaram contrários os vereadores Rogéria Lucas (Pode), Nenê do São João (PSB), Rodolpho Borges (Rede) e Agenor do Todico (PL).

De acordo com o autor da proposta, contrário ao projeto de 2020 que reduziu o subsídio a R$ 1,2 mil, a nova mudança é apresentada como um direito dos vereadores “assim como de qualquer outra profissão”, em ter de volta uma remuneração maior e justa perante a legislação. Carlinhos da Saúde acredita que o atual subsídio não comporta a demanda de trabalhos de um vereador, que segundo ele, está vereador 24 horas e precisa fiscalizar o poder público e todos os bairros. “Coloquei um valor de R$ 5,5 mil, mas com todos os descontos vai sair o mesmo subsídio que a gente recebia no passado e foi retirado. Portanto, é dentro da situação financeira do município e pra gente fazer um atendimento melhor à população”.

Contrapondo a justificativa, o vereador Nenê do São João (PSB), autor do projeto que reduziu o subsídio há dois anos, vê o reajuste como uma falta de respeito com a população, que não trará o mesmo valor e sim um aumento de cerca de R$ 1,5 mil com prejuízos a economicidade. “Quando fui presidente em 2018 estávamos com 69,8% já, quase atingindo o teto máximo para gastar com pessoal (70%) e não sobrava dinheiro para manutenção da Casa. Vamos voltar à estaca zero de novo”, frisou ao relembrar que a Câmara recebia 7% de duodécimo na legislatura anterior e na atual 3,5%. Mesmo assim, no final de 2021 o Legislativo devolveu mais de R$ 200 mil para os cofres públicos.

Com uma linha de raciocínio semelhante à do vereador Carlinhos, a co-autora Adriana Vieira (PTB), que é dentista e funcionária pública, defendeu que o novo subsídio valorizará a classe política além de atrair vereadores com mais comprometimento com as melhorias para a cidade. “Porque com um salário mínimo, você não consegue se dedicar à vereança como se estivesse ganhando um salário digno. Eu poderia estar me dedicando a tarde para a vereança, mas tenho que trabalhar também para o meu sustento”, salientou, ao explicar que estava em seu horário de almoço do trabalho, no momento da participação no programa Atos no Rádio, na última quinta-feira (24).

Apesar da aprovação do aumento, que valerá apenas para a nova legislatura, Nenê do São João pretende articular junto aos vereadores um projeto para uma nova redução, que segundo ele poderá ser apreciado até março de 2024.

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