Hoteleiros de Aparecida cobram solução para fim de problemas com energia elétrica na cidade

Com termômetros a 38º, hotéis enfrentam protestos de hospedes e acumulam prejuízos; 13 ocorrências em um fim de semana

Trabalho da EDP em postes; após hotéis ficarem sem energia no período de calor, setor cobra melhorias (Foto: Angélica Gouvea)

Angélica Gouvea
Aparecida

Ondas de calor recorde, chuvas e ventos fortes, falhas no fornecimento de água e energia. O final de ano virou um desafio em boa parte do Brasil. Em Aparecida, a situação afeta diretamente a rede hoteleira, que acumula reclamações de hóspedes e cobra maior atenção após uma série de registros de desabastecimento.

Às 10h do último dia 18, diversos hotéis do Centro e bairro Ponte Alta ficaram sem fornecimento de energia elétrica. Com a chegada da equipe da EDP (Energias de Portugal), a situação foi brevemente normalizada. Mas, pouco depois, o mesmo ocorreu por mais de três vezes, se estendendo ao longo de todo o dia.

Esse foi um dos exemplos dos problemas enfrentados pelo setor. Naquele mesmo dia, em um grupo privado nas redes sociais, composto apenas pelos proprietários dos hotéis da cidade, um empresário chegou a brincar: “temos que amarrar um técnico hoje. Nesse calor, vai ser o dia todo isso”. A fala se deu justamente por não ter sido a primeira vez que um hotel enfrenta esse tipo de problema.

Na rua Felipe Pedroso, próxima à feira livre, o transformador de um poste ficou em chamas, deixando vários estabelecimentos apagados.

O empresário Adilson José relatou que seu hotel chegou a ficar quatro vezes sem energia, totalizando mais de dez horas em um único dia. “Meu Deus do céu (sic), um desgaste muito grande para nós, porque na realidade somos dependentes deles (romeiros), mas ao mesmo tempo não podemos fazer nada”.

Ele afirmou ainda não ter conseguido mensurar o tamanho do prejuízo, mas diz ter perdido clientes, recebido avaliações negativas nas redes sociais, e que a placa do elevador de seu prédio queimou. Adilson contou que mensalmente, paga em média R$ 10 mil de conta de luz.

Proprietários revelaram também que, devido à situação, hóspedes exigiam dinheiro de volta para irem embora e não completarem as estadias. No mesmo grupo, um hoteleiro chegou a solicitar quartos disponíveis para duas pessoas com deficiência física, que ficaram impossibilitadas de acessarem os aposentos, já que o elevador estava parado.

Na avenida Dr. Júlio Prestes, em frente ao Santuário Nacional, foram três estouros no dia 18 e outro no dia 19. Um porteiro relatou que o técnico da empresa aconselhou a não ligar todos os aparelhos de ar condicionado ao mesmo tempo. Orientação dada em um dia em que os termômetros chegaram aos 38ºc na cidade.

No final de semana, com recorde de reclamações, equipes técnicas foram imediatamente destinadas ao atendimento das ocorrências, que elevaram o nível de criticidade em comparação a um dia comum.

De acordo com a EDP, a distribuidora acompanha a situação com serviços de reforço da infraestrutura energética nas regiões que apresentam necessidade. A empresa destacou que os proprietários devem fazer a atualização da carga dos estabelecimentos junto à EDP em função de obras de ampliação/modernização.

A concessionária esclareceu ainda que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), órgão regulador do setor, define as regras quanto ao ressarcimento de danos a equipamentos elétricos causados por anomalias no fornecimento de energia”.

A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com a Prefeitura de Aparecida para saber como o Município tem fiscalizado o serviço prestado pela EDP, mas nenhuma resposta foi encaminhada até o fechamento da matéria.

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