Região tem aumento de assassinatos e volta a superar índice de Grande São Paulo

RMVale registra 286 execuções entre janeiro e setembro; número de moradores mortos em Lorena cresce 90% e outubro assusta cidade

Polícia Civil, que tem trabalho complicado no combate à violência; RMVale volta a ter índices preocupantes (Foto: Reprodução)

Da Redação
Lorena

Mais violenta do interior do estado, a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) registrou em setembro uma queda no número de moradores assassinados em comparação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, a área contabilizou no acumulado dos primeiros nove meses deste ano um aumento de vítimas em relação ao mesmo intervalo de 2021. Cidade com índices preocupantes, Lorena já espera por números piores para a próxima avaliação, após chegar a sete mortes em três semanas.

De acordo com dados secretaria de Segurança Pública do Estado, a região teve 21 homicídios dolosos (quando existe a intenção de matar) em setembro deste ano. O número é 8% inferior ao do mesmo mês de 2021, que foi de 23, sendo 21 homicídios dolosos e dois latrocínios (roubo seguido de morte).

Com quatro moradores assassinados cada, Caçapava e São José dos Campos dividiram o topo do “Ranking da Violência” de setembro. Empatadas na vice-liderança, com dois registros cada, ficaram Aparecida, Caraguatatuba e Taubaté. Com uma ocorrência cada, as sete demais cidades que tiveram moradores executados foram: Cunha, Lavrinhas, Lorena, Paraibuna, Pindamonhangaba, Queluz e Roseira.

Já no acumulado de janeiro a setembro deste ano, 286 pessoas perderam suas vidas de forma violenta na RMVale, sendo 280 por homicídio doloso e seis por latrocínio. O montante é 9% superior ao da mesma época de 2021, que atingiu 262, entre eles 252 homicídios dolosos e dez latrocínios.

Mais populosa da região, São José foi a cidade com o maior número de execuções nos primeiros nove meses deste ano, alcançado a marca de 39 vítimas. Segundo município com mais habitantes, Taubaté teve 29 moradores mortos de forma violenta. Fechando o “pódio”, aparecem empatadas Caraguá e Pinda, com 26 ocorrências cada.

As outras cidades que registraram assassinatos no intervalo foram: Pinda (26), Cruzeiro (25), Caçapava (22), Lorena (21), Ubatuba (19), Guaratinguetá (16), Aparecida (10), Jacareí (10), São Sebastião (10), Cunha (4), Cachoeira Paulista (3), Lavrinhas (3), Piquete (3), Potim (3), Canas (2), Ilhabela (2), Natividade da Serra (2), Queluz (2), Tremembé (2), Arapeí (1), Campos do Jordão (1), Paraibuna (1), Redenção da Serra (1), Roseira (1) e São Luís do Paraitinga (1).

Lorena – A cidade contabilizou no acumulado de janeiro a setembro deste ano um aumento de 90% de vítimas de assassinato em comparação ao mesmo período de 2021, saltando de 11 para 21 casos.

Para piorar a situação, o próximo levantamento da SSP, que divulgará as estatísticas criminais relacionadas a outubro, deverá evidenciar um cenário ainda mais preocupante, já que a cidade teve neste mês sete moradores executados até esta sexta-feira (28).

Os dois últimos homicídios dolosos foram praticados na madrugada da última segunda-feira (24). O primeiro caso ocorreu no começo da madrugada na rua João Augusto de Lima, no bairro Parque das Rodovias. Uma mulher de 36 anos estava sentada na calçada quando foi atingida por 21 disparos de arma de fogo efetuados por um homem que estava na garupa de uma motocicleta. A vítima, que possuía passagens por tráfico de drogas e falsificação de documentos, morreu logo após dar entrada no Pronto Socorro de Lorena.

A segunda execução aconteceu no fim da madrugada na rua Capitão Leovigildo Areco, no bairro São Roque. Após uma discussão, um rapaz, que não teve a idade divulgada, foi morto a tiros por dois homens. A vítima foi baleada no rosto, cabeça e nas costas.

A reportagem do Jornal Atos solicitou à Polícia Civil mais informações sobre a onda de assassinatos ocorrida na cidade, como o perfil das vítimas e uma possível relação entre os casos, mas foi informada apenas que as investigações estão em andamento e que elas correm em sigilo.

Em nota oficial, o 23º BPMI (Batalhão da Polícia Militar do Interior), informou que intensificou o patrulhamento no São Roque e em outros pontos da cidade para coibir novos crimes. A corporação ressaltou ainda que ao longo deste ano, efetuou no município 257 prisões, sendo 252 em flagrante delito, a detenção de 46 indivíduos através do cumprimento de mandados de prisão, a apreensão de 122 adolescentes infratores e a retirada de circulação das ruas de mais de 32 quilos de drogas e cinco armas de fogo.

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