Estado libera PM para dispersão de manifesto de apoiadores de Bolsonaro nas estradas

RMVale enfrenta protestos de caminhoneiros bolsonaristas com vários pontos na rodovia Presidente Dutra registrando paralisações e congestionamentos

Manifestações realizada por caminhoneiros na Via Dutra, após vitória do Lula à presidência da república (Foto: Reprodução EBC)

Bruna Silva
RMVale

Após determinação do STF (Superior Tribunal Federal), os bloqueios de grupos que paralisaram estradas pelo país já começaram a ser dispersados pela Polícia Militar. Depois dos resultados das eleições de 2022, a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) é um dos alvos das paralisações, iniciadas nesta segunda-feira (31). Os manifestantes, que chegaram a vinte estados, contestam a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidência da república e pedem uma intervenção militar no país.

Ainda na noite do último domingo (30), Jacareí foi a primeira cidade da região a registrar a manifestação, na altura dos Kms 161. Embora tenham sido dispersados, eles retornaram ainda pela manhã. Caçapava no Km 130, Taubaté no Km 112, e nos Kms 157 e 149 em São José dos Campos também registraram intervenção dos manifestantes. As duas pistas no sentido Rio de Janeiro foram interditadas. No início da tarde, foi a vez de Pindamonhangaba, no Km 92, ter os dois lados paralisados. Guaratinguetá, no Km 60, no sentido São Paulo da via também registrou interrupção. Ao menos duas ocorrências envolveram bloqueio com pneus em chamas.

Em Aparecida, um grupo de manifestantes ateou fogo em pneus e fechou a Rodovia no sentido Rio de Janeiro, na altura do Km 70, próximo a um dos principais acessos à cidade. Houve congestionamento e o Corpo de Bombeiros foi acionado para desobstruir a via. Quem seguia no sentido contrário foi afetado com a fumaça escura da pista oposta e o tráfego no sentido São Paulo também ficou lento.

Na BR-116, em Canas, no Km 46, a situação foi controlada ainda no início da noite desta segunda-feira.

Em nota, a PRF (Polícia Rodoviária Federal), criticada pela demora na ação sobre manifestantes, afirmou que “sempre trabalhou com o compromisso constitucional de garantir a mobilidade eficiente, a preservação da ordem pública, a segurança viária e o combate ao crime nas rodovias federais brasileiras”.

De acordo com a instituição, há negociação para liberação das rodovias priorizando o diálogo para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, assim como aconteceu em outros protestos.

Ao todo, vinte estados de todo o país registraram ocorrências após a divulgação dos resultados das eleições, são cerca de trezentos pontos de protesto em todo o país. Os manifestantes pedem a anulação do pleito, além do afastamento do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.

O próprio STF realizou, nas primeiras horas desta terça-feira (1), votação sobre a decisão de Moraes, que determinou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e às polícias militares dos estados o desbloqueio das rodovias brasileiras ocupadas de forma irregular por manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL). A maioria dos ministros votou para confirmar a decisão individual. Os manifestantes que descumprirem as determinações e resistirem às ações policiais, poderão ser multados em R$ 100 mil por hora para cada veículo que realizar a obstrução de vias. A decisão cita ainda possibilidade de prisão.

São Paulo – Na manhã desta terça-feira, o governador Rodrigo Garcia determinou às forças de segurança de São Paulo que atuem para o imediato desbloqueio de rodovias paulistas. De acordo com nota do Estado, as ações devem priorizar o diálogo e as negociações, mas em casos de resistência, poderá haver uso de força. “A determinação do governador é para que seja garantido o cumprimento da ordem do Supremo Tribunal Federal para fim dos bloqueios em vias públicas. “Nós procuramos dialogar e negociar com esses manifestantes, para que as vias públicas fossem desobstruídas desde ontem. Hoje pela manhã, em virtude da decisão do Supremo Tribunal Federal, as negociações se encerram e partir de agora nós vamos aplicar aquilo que determina a decisão judicial”, afirmou Garcia.

Além do governador, o secretário de Segurança Pública do Estado, general João Camilo Pires de Campos, a procuradora geral do Estado, Inês Maria dos Santos Coimbra, e o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo estavam presentes em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

Os governadores de Minas Gerais e Rio de Janeiro também já liberaram a ação para desbloquear as ações.

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