Atos e Fatos

“Não é a moeda forte que faz o país. É o país que faz a moeda forte”.

Fernando Henrique Cardoso

Presidente Lula em sua visita à China; Professor Márcio Meirelles comenta momento (Foto: Reprodução EBC)

Professor Márcio Meirelles

O NEGÓCIO DA CHINA

O presidente Lula viajou para a China e os Emirados Árabes.

O vale do paraíba volta à presidência da república com o Geraldo Alckmin.

A atual vice-presidência nunca desfrutou antes de tantos poderes, influência, e a missão de pacificação do país.

Não se sentou na cadeira do presidente e afirmou:” Presidente só tem um e é o Lula”.

As transmissões de cargo na presidência nem sempre foram normais.

Itamar Franco não suportava Fernando Collor de Melo. Antipatias recíprocas.

Dilma Rousseff não confiava em Temer. Havia motivos.

Jair Bolsonaro, com seus traços de desequilíbrio, não confiava no Mourão. Um era capitão, o outro, general.

Geraldo não se comporta como nenhum destes vices!

A viagem do presidente Lula à China, em princípio, restabelecer laços com o nosso maior parceiro comercial e restaurar alianças rompidas pelo governo anterior.

Nada a acrescentar.

O problema que o presidente criou um clima de animosidade com o nosso maior parceiro ocidental, os Estados Unidos.

A dúvida que persiste, a sua viagem se reveste de bons negócios para o país ou se um bom negociador não deve desprezar os outros parceiros.

A insistência de Lula em se intrometer nas relações Rússia e Ucrânia é de um excesso exagerado, pois nós não temos nada a oferecer em um conflito que remete a origem histórica da Rússia.

A impressão de que Lula está montando um palanque internacional para agradar o núcleo duro do seu partido em assuntos que o mundo reconhece e como é frágil a nossa intromissão e insolência.

Talvez desviar dos nossos graves problemas.

Outro aspecto interessante: o ataque ao dólar.

Nas palavras do presidente “que não entende (vai dormir todas as noites pensando no tema) por que o dólar nas transações comerciais?

Se tivesse o hábito da leitura saberia que se trata de um acordo entre os países participantes da 2ª. Guerra, onde por aclamação, 45 países escolheram o dólar como a moeda padrão de troca para o comercio entre os povos.

Aliás, não foi o consenso da reunião em Bretton Woods e a influência americana: o mercado também decidiu pelo dólar.

Interessante que a ideia de uma moeda única para a transação comercial entre países foi sugerida por Keynes: o Bankor.

A ideia de Keynes, diante do cenário de recuperação da Europa e o Japão e pelo fato de tal medida necessitar de um fundo garantidor, – na época impensável – e diante da fragilidade monetária do mundo, foi rejeitada. Prevaleceu o dólar. A Libra já era!

Por outro lado, quem ganha a guerra impõe as suas regras! Bingo.

Esta reunião se deu nos Estados Unidos, no Estado de New Hampshire, onde também foram criados o FMI (Fundo Monetário Internacional) organismo internacional para a recuperação das finanças dos países destruídos pela guerra; o BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), o atual Banco Mundial e a OIC (Organismo Internacional do Comercio) que só veio funcionar anos mais tarde.

Para substituir as regras do comercio um acordo tarifário, o GATT (General Agreement on Tariffs and Trade).

A proposta de Lula, talvez para o núcleo duro do partido é uma manifestação de força e desprezo pelo imperialismo americano (o  de sempre) e a exaltação do imperialismo chinês. (o mesmo de sempre).

Os ciclos de hegemonia no mundo são conhecidos pelos letrados e estudiosos de geopolítica, mas para o povo “oprimido” palavras sábias, posições altaneiras e outras bobagens, música para os ouvidos.

 Para a plateia pareceu um ato de término do ciclo do dólar e o ressurgimento do Renmimbi (yuan é a unidade).

 O comércio chinês adquiriu uma base gigante para o uso potencial de sua moeda, mas não para o lado das transações financeiras.

Nenhum outro sistema financeiro oferece tantas oportunidades em títulos públicos como os Estados Unidos com alto grau de investimento que servem aos bancos centrais acumularem como reservas “porto seguro”.

 O yuan tem um longo caminho a percorrer!

Vai demorar, mas é possível que um dia a moeda chinesa substitua o dólar.

Senhor Presidente, em suas próximas viagens não se esqueça: a roda já foi inventada!

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