Atos e Fatos

“O Brasil voltou”

Slogan do atual governo

Presidente Lula no G7 com países convidados; Professor Márcio Meireles comenta sobre dilemas do Governo (Foto: Reprodução EBC)

Professor Márcio Meirelles

DILEMA POLÍTICO DE LULA 3

O Brasil não é mais o país do futuro?

Como voltou se não foi?

O grande problema do partido dos trabalhadores e o presidente Lula, há mais de 100 dias, não perceber ou não querer perceber, a sua eleição é resultado de uma frente ampla que se formou em torno de sua candidatura, portanto, não é um governo do PT.

O governo Lula 3 está enfrentando dificuldades pelo simples fato de que não tem maioria no Congresso Nacional.

Uma mistura de ignorância, arrogância e incompetência dificultam as chances de sucesso das imprescindíveis reformas.

A posição do presidente da Câmara dos Deputados, “a principal reforma que o Congresso Nacional pode defender é o não retrocesso em medidas aprovadas”, um grande entrave para o governo.

Uma luz no final do túnel, pois a nossa vocação ao erro e a destruição dos avanços têm marcado a política nos últimos anos.

A destruição do Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o processo de privatização, o marco do saneamento, a lei das estatais, a independência do Banco Central e vai por aí.

Se o Congresso Nacional está imbuído desta tarefa, impedimento ao retrocesso, qual seria a alternativa do governo?

A pergunta que a sociedade gostaria de vê-la respondida.

Além deste fato, não tem unidade estável no Poder Executivo.

A política no passado era hard agora é soft. A distância é de 20 anos.

O cenário é de impasses e tímidos avanços.

A insistência de volta ao passado, ou seja, o Brasil voltar, talvez, seja a verdadeira razão do governo.

O marco fiscal será aprovado, mas com uma grande parcela de desagrado ao governo.

O “animal político” de Lula envelheceu.

A sua capacidade de transformar rivais em aliados, construir e reconstruir pontes, reescrever histórias não é mais infalível.

O poder de encantamento de Lula não tem mais a força e o espanto de eleger uma desconhecida, de competência suspeita, Dilma Rousseff, constatada pela sociedade e trazer da academia e fazê-lo prefeito de São Paulo, Fernando Hadad.

O tempo passa mais rápido do que a gente imagina, quando nos habituamos as ações do passado, não estamos aprendendo nada de novo, acorrentados ao passado.

A solução para retardar o tempo é ter novas experiências, ideias, fato que o presidente Lula não conseguiu superar.

As exposições públicas de improviso assustam diante das reformas necessárias e urgentes.

O presidente Lula está perdendo o seu ar de sedutor na política!

O presidente insiste em bandeiras ideológicas de seu partido, as ideias da década de 1980, a pregação estatizante, a farta distribuição de ministérios a legendas de um “centrão” dividido.

A insistência do presidente em reformar medidas aprovadas pelo legislativo em um manifesto desrespeito à decisão do parlamento.

Em contraposição a estas atitudes de volta ao passado a Câmara aprovou um projeto de decreto legislativo suspendendo as alterações promovidas pelo governo no caso do marco regulatório do saneamento.

Lula 3 enfrenta e enfrentará negociações mais custosas em um ambiente político onde deputados e senadores adquiriram mais poder na gestão anterior.

Com o “mais poder” leia-se, as contrapartidas na distribuição de cargos tornam-se urgentes, a chave do cofre presente.

Por outro lado, se o presidente insistir em discursos populistas em busca de aplausos fáceis e não se concentrar no que importa, as reformas, como a tributária, a certeza: o “animal político” não é mais aquele.

A volta do “Conselhão” espaço para recolher as demandas da sociedade brasileira, com 245 membros.

A primeira experiência do “Conselhão” trouxe o “programa Minha Casa Minha Vida”, um programa habitacional para pessoas de classe econômica de renda baixa que se tornou um “gueto dos traficantes de droga.

Trouxe também o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento- que não concluiu milhares de obras e foi denominado pela população como o programa de aceleração da corrupção. A Lava Jato mostrou.

O problema que nestas relações entre o Poder Executivo e o Legislativo a possibilidade de o parlamento entender como um poder paralelo.

Ver para crer!

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