Atos e Fatos

“Quem ganhou as eleições fui eu, e eu obviamente quero ter inserção nas decisões políticas e econômicas deste país”

Lula, presidente

O presidente eleito, na cerimônia de anuncio dos ministros que comporão o governo (Foto: Reprodução EBC)

Professor Márcio Meirelles

CARGOS E ENCARGOS

Primeira eleição de Lula foi uma obra coletiva do PT.

Depois de três derrotas consecutivas, na eleição de 2002, assumiu um papel, fruto de uma imagem mercadológica.

Quem não se lembra do “Lulinha Paz e Amor” e a Carta aos Brasileiros.

Nascia a metamorfose ambulante definida pelo próprio Lula.

A sua campanha teve dois pilares fundamentais e decisivos para a campanha: José Dirceu e Palocci.

Coube ao José Dirceu, internamente, profissionalizar a máquina política do partido e ao Palocci, externamente, a ponte necessária com o mercado reduzindo diferenças e desconfianças.

A presença de José Dirceu e Palocci era enorme fazendo sombra ao próprio chefe assumindo ministérios importantes e sedimentavam um caminho de sucessor do presidente.

Porém, a última palavra era de Lula!

No caminho dos três o episódio do “Mensalão” que alija José Dirceu do cenário político e Palocci se transforma em delator na farra do “Petrolão”.

Lula é pego pela Lava-Jato.

Os três foram presos e cumpriram pena, preventivas, curtas e transitórias.

O Lula III, mais do que nunca e pelas circunstâncias, mais centralizador do que sempre esclarecendo é o único autorizado a falar e negociar com os políticos, os empresários e o mercado.

O presidente Lula está centralizando as decisões por vários motivos, pois antigos companheiros foram abatidos em escândalos de corrupção e condenados à prisão.

Outro fato, a falta de políticos em seu entorno incapazes de fazer-lhe frente.

PT saudações!

O debate sobre a PEC da Transição, o orçamento secreto, a reeleição do presidente Lira ao Poder Legislativo(?), os fiéis escudeiros do STF, teve a influência decisiva de Lula.

Ao lado de tantas incertezas, principalmente a fiscal, as incertezas marcantes sobre a composição dos ministérios.

A necessidade da recriação de ministérios inúteis, como da pesca, apenas para dar “status” aos políticos que necessitam destes sinais para comover um eleitorado de baixa cultura política.

Serão trinta e sete ministérios.

No governo Bolsonaro eliminou-se o ministro, pois as atividades dos ministérios extintos continuavam a existir na forma de anexos de superministérios, dirigidos pelos Secretários Gerais. Ilusão!

Se os novos trinta e sete ministros, na relação custo/benefício, não causarem mais despesas para o combalido orçamento até que é razoável.

Cumprirá a sua missão política, caso contrário, a situação torna-se ridícula.

No nosso país, em pleno século XXI, a importância de um cargo político em Brasília, assessores, carros oficiais, cafezinho para os correligionários, as viagens ao exterior em congressos, é tudo que desejam e importam para o ego. Deles!

E o os problemas do país? Detalhes.

O novo ano é uma página a ser escrita.

Além da “herança maldita” deixada por Bolsonaro, com contas a pagar socialmente, como o corte de verbas da saúde, merenda escolar, farmácia popular, o corte das vantagens e o congelamento do salário dos funcionários públicos, as incertezas internacionais.

O contexto internacional conturbado e complexo e suas influências inflacionárias e comerciais para o país.

A falta de uma política econômica – não discutida na campanha e não apresentada até agora – a nossa necessidade de investimentos estagnada pela falta de uma política econômica.

O volume de investimentos tem seguido a sua trajetória de aumento. que pode ser interrompida pelos retrocessos na agenda de reformas e no projeto de privatizações.

O temor de choque entre a política econômica expansionista em desacordo com a política de contenção da inflação pelo Banco Central.

Na fase de transição o Banco Central foi o último a ser consultado o que demonstra um desconhecimento da importância do órgão e da sua política de contenção da inflação.

O Banco Central é um órgão de Estado independente, fato novo no governo petista, onde no governo Dilma houve interferência na sua operação causando uma crise cambial.

O Banco Central é independente.

O passado ensina e suas lições servem para escrever o futuro.

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