Vereadores criticam atendimento na saúde de Cachoeira

Após série de reclamações de moradores, Legislativo cobra postura do Executivo para rede pública de saúde

Paciente deixa Pronto Socorro de Cachoeira; rede municipal é criticada até por vereadores da base (Foto: Arquivo Atos)
Paciente deixa Pronto Socorro de Cachoeira; rede municipal é criticada até por vereadores da base (Foto: Arquivo Atos)

Jéssica Dias
Cachoeira Paulista

Vereadores de Cachoeira Paulista criticaram a demora no atendimento no Pronto Socorro e na rede pública da cidade. Um dos exemplos dados foi o caso relatado pelo vereador Breno Anaya (PSC), que teria flagrado um médico dormindo no horário de plantão. O caso foi discutido na sessão da última segunda-feira. Vereadores como Maria das Graças, a Dadá Diogo (PODE) e Thales Satim (PSC) comentaram a situação atual da saúde.

As reclamações chegaram até Anaya através de moradores que aguardavam por atendimento no PS. “A população estava batendo na porta da minha casa, reclamando que estava no PS e o médico estava dormindo. Fiz uma visita ao local no ultimo dia 20 de março, quando os profissionais da área de saúde disseram que já tinham batido quatro vezes na porta e ele não saia para atender a população”, contou o vereador.

O vereador relatou ainda que entrou na sala e fez um vídeo do profissional dormindo. “Eu mesmo bati na porta e ninguém me atendeu. Entrei e filmei ele dormindo. Quando acordou, falou que estava atendendo, mas não estava falando coisa com coisa. Não sei o estado que ele se encontrava”.

Após a confirmação feita por Anaya, o caso foi apresentado ao prefeito Edson Mota (PR), que demitiu o médico, mas o profissional voltou a trabalhar normalmente no PS já na última segunda-feira. “Cheguei à Prefeitura e nem o prefeito estava sabendo que o médico estava dando plantão. Essa empresa, que está em Cachoeira Paulista, tem que ver também se está fazendo um serviço ou quer fazer um desserviço para a saúde da cidade. Se quer trabalhar direito, tem que colocar médico direito, se não quer médico direito então vai sair junto com esses médicos, porque eu não vou admitir isso na minha cidade”, criticou Anaya.

Dadá Diogo também reclamou da empresa na cidade (Isec – Instituto de Saúde, Educação e Comércio) e do atendimento. “A saúde está péssima. Eu acho que está faltando um pulso firme para administrar. Estamos aqui para fiscalizar o Executivo, não estamos aqui para puxar o saco de ninguém”.

Gestantes – O vereador Thales Satim foi o autor do requerimento que solicita do Executivo informações acerca do procedimento de encaminhamento de gestantes para atendimento no município vizinho, bem como o transporte destinado para estes pacientes, que também comentou a irregularidade no atendimento aos pacientes e o ocorrido com o profissional. “O médico dormindo em horário de atendimento na Santa Casa é uma situação muito grave, não podemos aceitar. Este é um dos problemas da saúde que nós estamos aqui para combater, apontar e buscar soluções para o problema. É difícil, a saúde é um problema nacional, e nós estamos enfrentando em nosso município um problema de muitos anos, e não será fácil acabar com ele”.

Irregularidade – O polêmico contrato entre a Prefeitura, a Santa Casa e o Isec foi bloqueado após decisão do juiz da 1ª Vara da cidade, Carlos Eduardo D’Elia Salvatore, que acatou pedido da Promotoria de Justiça. A liminar suspendeu a eficácia de contratos firmados, com apontamentos de irregularidades. A contratação do instituto já havia sido questionada no último ano, após dificuldades com informações e a dispensa de funcionários da rede pública.

A ação teve início após denúncia de Dadá Diogo no contrato para a gestão da saúde pública. A Prefeitura tem até o próximo dia 18 para o cumprimento das medidas.

A vereadora ressaltou ainda a autoridade da Isec na cidade. “A empresa está mandando mais que a própria Câmara, mais que o Executivo. Tem alguma coisa errada, não é normal uma coisa dessa. A população está sofrendo. Olha as gestantes, indo e voltando para Lorena. E ainda tem vereador que fala que a Saúde está bem. Nos passados foram péssimos, no Brasil está péssimo. Tem que tirar aquele pronto socorro de onde está, abrir a maternidade”, finalizou.

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