Escorpiões invadem casas de residencial em Aparecida

Infestação de insetos e animais peçonhentos tira a tranquilidade dos moradores do CDHU na Vila Mariana

Escorpiões guardados por moradores; em Aparecida, caso preocupa (Arquivo Atos)
Escorpiões guardados por moradores; em Aparecida, caso preocupa (Arquivo Atos)

Rafael Rodrigues
Aparecida

Nem na hora do banho os moradores do CDHU no bairro Vila Mariana, em Aparecida, conseguem tranquilidade.

Simone Andrade estava no chuveiro quando notou o surgimento de um escorpião pelo ralo do banheiro. “Eu estava tomando banho muito tranquila e o escorpião saiu do ralo. Minha casa é bem limpa e tudo arrumado”.

Relato semelhante à de outras dezenas de moradores do local, que há anos reclamam da infestação do aracnídeo. Antes de dormir, a rotina das pessoas é fazer uma vistoria minuciosa na roupa de cama e vestuário, para ter a certeza que não estarão se deitando com um inimigo indesejável, o escorpião. “Achamos vários escorpiões na minha casa.

Eu tenho duas crianças e achei o animal em cima da minha cama. É uma situação complicada porque não conseguimos ficar em paz. Não sabemos de onde virá, temos que ficar de vigilantes o tempo todo”, relatou Jussara Santos, que também mora na Vila Mariana.

A secretária de Saúde, Maria Eliane de Moraes, confirmou que o problema é recorrente, mas alegou que, recentemente, uma equipe da pasta fez uma visita técnica ao local e constatou que o acúmulo de entulho e a sujeira de um terreno próximo são os principais fatores que acentuam o drama dos moradores. “Há cerca de quarenta dias fizemos um levantamento de toda situação, e vemos que tem um terreno cheio de lixo, uma vala e muito mato, e vemos que esse local acaba ficando propício para o surgimento desses animais”.

A secretária acredita que é necessário fazer um trabalho conjunto com outros departamentos da Prefeitura e também com o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).

Diante das constantes reclamações, Ellen Paixão, coordenadora de Controle de Vetores da Secretaria de Saúde, garantiu que no início da semana começa um serviço de dedetização no local, marcado inicialmente para os dias 15 e 16, das 9h às 12h30. “Estivemos no local, a situação realmente é crítica. Esse fim de semana vamos fixar cartazes com os horários da dedetização e também com a orientação para os moradores”, relevou Paixão.

Apesar da saída encontrada pela Prefeitura, especialistas garantem que a dedetização ou utilização de outra forma de veneno não tem eficácia. Thiado Ciarieelo, médico veterinário do Instituto Butantan, garante que o uso de inseticida não elimina o problema que os moradores do CDHU em Aparecida estão sofrendo. “A dedetização para escorpiões não funciona, e o Ministério da Saúde não recomenda essa ação, porque quando jogamos o veneno no ambiente, o escorpião percebe e acaba saindo dos esconderijos, geralmente entrando nas casas”.

O especialista garante que a principal medida que deve ser tomada é a limpeza dos locais próximos de onde estão surgindo os escorpiões. “Eles são adaptados a conviver com os seres humanos e gostam de área com muito entulho. Então esses lugares servem como abrigo. Além disso, esse ambiente é propício para o surgimento de outros insetos como baratas, que atraem os escorpiões”.

Em nota, a Prefeitura de Aparecida afirmou que logo após a aplicação do produto químico, haverá a limpeza, em conjunto aos moradores, na parte interna e a administração vai providenciar a limpeza ao redor do CDHU.

 

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