Avanço da dengue assusta cidades, que iniciam guerra contra o Aedes aegypti

Vigilâncias epidemiológicas seguem com trabalhos para mapear o risco de mais contaminações; Brasil prepara aplicação de vacina

Equipe da Vigilância Epidemiológica em ação para combater o mosquito transmissor da dengue (Foto: Reprodução)

Andréa Moroni
RMVale

A dengue começa a preocupar cidades, estados e o Governo Federal. Os casos da doença vêm aumentando e, além das ações das prefeituras, os moradores têm papel fundamental no combate ao mosquito Aedes aegypti.

O número de registros de dengue nas duas primeiras semanas de 2024 foi mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde. Foram 55,8 mil contaminações prováveis. Seis pessoas morreram por complicações da doença.

No estado de São Paulo foram 9.856 casos no começo desse ano e os números continuam subindo.  Na região da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte), a cidade de Pindamonhangaba registrou recorde em 15 dias.

De 1 a 16 de janeiro deste ano, a Vigilância Epidemiológica contabilizou 650 casos notificados em todo o município, contra 15 no mesmo período de 2023.

A secretaria de Governo, subprefeitura de Moreira César e Vigilância Epidemiológica se uniram para mutirões de limpeza e aplicação de inseticida em toda a cidade, mais intensificado no distrito de Moreira César, que atualmente chama a atenção pelo número de notificações.

Além de intensificar as ações de combate direto ao mosquito com a estratégia de nebulização e recolhimento dos prováveis focos de mosquito, a secretaria de Saúde melhorou o fluxo de atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Moreira César, em espaços específicos criados para atender a população com suspeita de dengue.

Guaratinguetá – A Vigilância Epidemiológica informou que até o momento foram registradas 45 contaminações de dengue em Guará. Em 2023, foram 475 casos positivos.

A Saúde continua realizando as ações da ADL (Análise de Densidade Larvária) em janeiro, para fornecer dados para as ações de controle do vetor.

Os bairros que receberão as visitas dos agentes de controle de endemias nesta semana serão: Parque Santa Clara, Vila dos Comerciários 2. As ações consistem em visitas domiciliares, onde os agentes desenvolvem ações de prevenção e controle da dengue, zika e chikungunya

Para ajudar no combate ao mosquito, a Prefeitura também realiza a Operação Cata-bagulho nos bairros, aos sábados, para recolher materiais inservíveis, que podem contribuir para a proliferação do transmissor da dengue.

Lorena – A cidade registrou até o dia 22 de janeiro 16 casos confirmados de dengue, com 38 notificações. Em 2023, foram apenas dois casos positivos.  A maior incidência está no bairro da Olaria, com 13 notificações e 8 casos confirmados.

O Município mantém trabalho da Vigilância Epidemiológica em medidas como nebulização e o fumacê nos bairros com maior número de casos.

Cachoeira Paulista – Nos 15 primeiros dias de janeiro, a cidade já registrou quatro contaminações. No mesmo período do ano passado, apenas um caso foi registrado.

A Vigilância Epidemiológica também registrou, nessas duas primeiras semanas, duas suspeitas de Chikungunya.

Cruzeiro – No mês de janeiro, a cidade teve dois casos positivos. Três estão aguardando resultado de exames. Os agentes de combate às endemias seguem com as vistorias domiciliares para eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Aparecida – É a cidade da região com menos casos até o momento (dois positivos e 12 descartados). No mesmo período de 2023 foram registrados quatro contaminações.

Ainda na RMVale, o Litoral Norte preocupa. A Vigilância Epidemiológica de Ubatuba registrou nesse mês de janeiro 178 casos de dengue e outros 256 aguardam resultado de exame. Em 2023, o município teve 4079 casos, sem registro de morte.

Em Caraguatatuba, registrou nesse mês de janeiro 59 casos positivos de dengue. Em 2023, foram 11 casos.

Vacina – O Brasil tem avançado no planejamento para o combate às doenças transmitidas pelo mosquito. O país já projeta as aplicações iniciais de vacina, que promete combater a dengue. A primeira remessa que será oferecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde) chegou ao Brasil no último sábado (20). São 720 mil doses do imunizante Qdenga, que foram oferecidas sem cobrança pelo laboratório japonês Takeda Pharma.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil receberá mais seiscentas mil doses gratuitas da fabricante, totalizando 1,32 milhão. O Governo Federal adquiriu 5,2 milhões de doses que serão gradualmente entregues até novembro, totalizando 6,52 milhões de doses, número que representa a capacidade total disponível no laboratório para 2024.

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