Com apoio de entidades, Lorena prepara implantação da Casa SP Afro Brasil

Prefeitura e grupos de atuações sociais iniciam organização do trabalho; construção de espaço conta com investimento de quase R$ 1 milhão

Evento realizado pelo Coletivo Quilombo Vale Reexiste; ação debate novo projeto (Foto: Coletivo Quilombo Vale Reexiste)

Lucas Oliveira
Lorena

Próxima de ser inaugurada em Lorena, a Casa SP Afro Brasil foi tema de   uma reunião entre autoridades municipais e representantes de grupos que atuam em defesa da memória e dos direitos da população negra. Em fase final de construção, o equipamento público estadual será o único em funcionamento na região.

De acordo com a Prefeitura, a equipe da Sads (secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social) iniciou no último dia 25 o processo de escuta e construção coletiva do trabalho que será desenvolvido na Casa SP Afro Brasil, que será um espaço multiuso focado na difusão da equidade racial e na proteção e desenvolvimento socioeconômico das comunidades negra e quilombola. Na ocasião, a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Elaine Lopes, e a diretora da Sads, Camila Guimarães, reuniram-se na sede da pasta com as integrantes do Coletivo Quilombo Vale Reexiste, Isabel Medeiros, Stella Oliveira, Lucyara Sousa e Lucrécia Maria da Costa. “Pontuamos a importância de ter pessoas negras e   racializadas na gestão e prestação dos serviços da Casa, capacitação profissional para jovens e adultos, além das opções de curso que o Município já oferece, com a inserção de áreas voltadas ao trabalho corporativo e também ligadas à estética negra, como o curso de trancista. Também sugerimos que a Casa auxilie nas ofertas de primeiro emprego para as minorias e que promova a fomentação da cultura Afro-brasileira, através de exposições, workshops, apresentações culturais e palestras”, revelou Stella.

A analista fiscal e integrante do coletivo informou ainda que o grupo sugeriu à equipe da Sads que unidade ofereça formação educacional antirracista a profissionais da Educação, apoio psicológico, jurídico e social racializado e um espaço com biblioteca e equipamentos audiovisuais que permita o acesso às obras literárias e cinematográficas produzidas por autores negros. “O coletivo está confiante de que a Casa Afro será um grande ganho para o nosso município, principalmente para a comunidade negra e outras minorias. Também estamos muito gratos pela abertura e oportunidade que a SADS nos proporcionou de participar da construção deste projeto juntamente com outras lideranças e entidades da comunidade negra de Lorena”, destacou Stella.

Fundado em 2020, o Coletivo Quilombo Vale Reexiste promove ações voltadas ao resgate da identidade, ancestralidade, história, reparação histórica, garantia de direitos, igualdade e equidade para a população negra.

Segundo a Prefeitura, a equipe da Sads em breve participará também de     encontros, para a coleta de sugestões, com representantes da Associação Moçambique de São Benedito de Lorena, do Núcleo de Educação das Relações Étnico-Raciais do Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), de grupos estudantis e do movimento Hip-Hop.

Histórico – Prevista para ser inaugurada no primeiro semestre deste ano, a Casa SP Afro Brasil é construída através de um investimento de R$ 978 mil, sendo R$ 765 mil proveniente de uma verba estadual e R$ 213 mil de contrapartida municipal. Localizada na rua Capitão Oscar Santos Bittencourt no bairro Quatinga, ao lado do tradicional CSU (Centro Social Urbano), a unidade possui uma área construída de 198,70m², com salão multiuso para palestras e eventos, espaço culinário, brinquedoteca, banheiros, duas áreas externas com cobertas e salas de apoio social, psicossocial e jurídico.

Lançado em 13 de novembro de 2021 pelo então governador, João Doria (sem partido), o programa Casa SP Afro Brasil, que conta com unidades espalhadas pelo estado e que busca combater o racismo, oferece as populações negra e quilombola atendimento jurídico e de saúde, ensino da história e cultura afro-brasileira, oficinas culinárias, mostras artísticas, acesso a livros, palestras, cursos de geração de renda, rodas de conversa e cursos de gestão aos proprietários de estabelecimentos comerciais focados nas áreas da beleza, moda e artesanato afro.

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