Morte de idoso atropelado por trem reforça pedido por segurança em área cortada por ferrovia em Cruzeiro

Acidente na região central é o segundo em um mês; passagem de nível na rua Otávio Ramos é foco de atenção

Travessia de pedestre na linha férrea de Cruzeiro; depois de acidente, discussão sobre segurança entra em pauta (Foto: Kassiane Ribeiro)

Lucas Oliveira
Kassiane Ribeiro
RMVale

A morte de um idoso de 60 anos, atropelado por um trem, na noite da última segunda-feira (3), voltou a colocar em destaque a estrutura de segurança na linha férrea que corta Cruzeiro. O acidente, na região central, foi o segundo do tipo registrado na cidade em menos de um mês.

De acordo com o Corpo de Bombeiros,  a vítima, que não teve a identidade divulgada, foi atropelada, por volta das 19h, enquanto tentava atravessar uma passagem de nível da linha férrea na rua Capitão Otávio Ramos. A principal suspeita da corporação é que o idoso tenha demorado em notar a aproximação do trem, o que o impossibilitou de deixar os trilhos a tempo.

Acionados por pedestres que presenciaram o acidente, bombeiros foram até o local, onde verificarem que a vítima estava com os braços fraturados, tórax ferido, parte do cérebro exposta e sofrendo uma parada cardiorrespiratória. Encaminhado às pressas para a Santa Casa de Cruzeiro, o idoso morreu instantes depois de dar entrada na unidade.

A Polícia Civil de Cruzeiro registrou o caso como morte acidental. Em nota oficial, a MRS Logística, concessionária que administra a malha ferroviária do estado de São Paulo, informou que o trem circulava na velocidade permitida para o trecho e que houve o acionamento do freio de emergência, porém não foi possível evitar a colisão, dado que, devido ao peso e ao tamanho da comitiva ela necessitava de mais tempo para sua parada total. A reportagem do Jornal Atos questionou à MRS se a empresa pretende promover alguma ação para evitar novos incidentes na passagem de nível da rua Capitão Otávio Ramos, mas nenhuma resposta foi encaminhada até o fechamento desta edição.

Para quem utiliza a passagem, as opiniões sobre a segurança na área da ferrovia também diverge.

A dona de casa Teresinha da Silva Moreira, 66 anos, mora no bairro Itagaçaba e utiliza a passagem com frequência. Para ela, a morte do idoso está mais para um caso isolado. “Passo por aqui de vez em quando, só quando tenho alguma coisa para fazer aqui no Centro. Aquilo foi uma fatalidade mesmo, a pessoa não devia estar bem… As coisas acontecem, mas as vezes a pessoa procura com as próprias mãos”.

Já o técnico de organização escolar, Hilton Mário Amaral, 37 anos, acredita que algo precisa ser feito. Morador do Centro, ele trabalha no Itagaçaba e não se sente seguro. “Acho que poderia ser melhor para facilitar para o pessoal. Nem sempre tem a sinalização para avisar. Algumas vezes fica algum guarda aqui, que pede pra esperar e tudo, mas nem sempre ele está. Acho meio complicado”.

Este foi o segundo atropelamento por trem registrado na cidade em um intervalo de apenas 27 dias. No dia 5 de setembro, uma mulher de 43 anos ficou gravemente ferida após ser atingida na passagem da linha férrea na rua Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Regina Célia. A vítima não percebeu a aproximação do trem, pois utilizava fones de ouvido. A mulher, que teve lesões na cabeça e no ombro, segue se recuperando do acidente.

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