Criminalidade intimida moradores e universitários nas ruas de Cruzeiro

Cidade alega não ter efetivo para patrulhamento; estudantes relatam medo

Viatura em frente ao prédio da Prefeitura; cidade garante que baixo efetivo é uma das maiores dificuldades no combate à criminalidade (Maria Fernanda Rezende)
Viatura em frente ao prédio da Prefeitura; cidade garante que baixo efetivo é uma das maiores dificuldades no combate à criminalidade (Maria Fernanda Rezende)

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

A criminalidade não é um problema novo na região, entretanto, hoje o que assusta são os altos índices de delinquência. Nos últimos meses, Cruzeiro tem sido alvo da ação de criminosos, e moradores reclamam da sensação de insegurança pelas ruas da cidade.
Entre janeiro e fevereiro desse ano, o município registrou 167 furtos e 52 roubos, apresentando aumento em relação ao mesmo período do ano passado (até o fechamento desta matéria, a secretaria de Estado da Segurança Pública não havia publicado os números de março). Os dados são divulgados mensalmente, com comparativos da evolução dos principais tipos criminais no Estado.
Mesmo sem os índices atualizados, a criminalidade segue em alta. No último dia 12, um assalto à universitários que estavam no ônibus de transporte escolar de Queluzchamou a atenção da região. Segundo a estudante Vanessa Kari, que foi vítima do assalto, o local onde o transporte ficava estacionado à espera do retorno dos alunos é próximo da Facic (Faculdade de Ciências Contábeis de Cruzeiro), mas apresenta baixa iluminação e pouco patrulhamento policial, mesmo já sendo uma área conhecida por antigos delitos. “Antes do que aconteceu, patrulhamento ali era raro aparecer. Eles alegam que as vítimas não fazem boletim de ocorrência, então não tinham índices para aumentar a ronda”, comentou.
Segundo a diretora da Facic, Patrícia Baptistella, a faculdade se responsabiliza pelos alunos do portão para dentro, com a ajuda de uma equipe interna de segurança e câmeras de monitoramento. Após a ocorrência do assalto, foi feito um abaixo assinado pelos alunos, solicitando às instituições de segurança pública mais rondas nos arredores do estabelecimento de ensino. Baptistella afirmou que os alunos que tiveram seus pertences roubados foram prontamente atendidos pela Polícia Militar e registraram boletim de ocorrência, mas que todos esperam que haja uma prevenção mais eficaz contra os criminosos.
Universitários da Esefic (Escola Superior de Educação Física de Cruzeiro) também se queixam da falta de segurança nos arredores do Campus 2 da instituição, que fica em local afastado e que tem na maior parte dos graduandos, alunas. A estudante de Fisioterapia, Larissa Verri, diz não se sentir segura nas imediações da instituição. “Não tem muita movimentação por ali. Ano passado eu tinha que ir para o Campus 2 na hora do intervalo, às 20h50, porque minhas duas últimas aulas eram lá. Era muito assustador ir com as meninas para lá”.
O comandante da Guarda Civil Municipal, Norberto Machado Curvello, confirmou que os maiores números de ocorrências atendidas são relacionados à furtos, principalmente no centro comercial e arredores das duas instituições de ensino superior da cidade.
A Guarda Municipal age juntamente com a Polícia Militar em todos os bairros, com a obrigação de proteger patrimônios, atender ocorrências e fazer o patrulhamento preventivo. Mas segundo o comandante, o efetivo não é o ideal para a demanda do município. “O território de atuação é grande para a quantidade de pessoas que atuam na segurança da cidade”.
Planos – Curvello falou sobre a reforma realizada nas instalações da Guarda Municipal para a construção de um sistema de monitoramento urbano. “Será montada uma central de vigilância por meio de câmeras espalhas pela cidade”.
A medida já conta com um projeto piloto para o Santo Cruzeiro, um local que há anos é alvo de ações de segurança para a diminuição de delitos. O projeto será apresentado para empresários do comércio e interessados, na busca de apoio à Guarda Municipal na aquisição e instalação de equipamentos adequados para a monitoramento.
A reportagem do Jornal Atos tentou contato com a Polícia Militar e com a Esefic, mas não obteve respostas até o fechamento desta edição.

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