Transporte escolar é retomado após acordo entre Prefeitura de Cachoeira e ABC

Alunos estavam sem o serviço desde a última sexta-feira; Prefeitura alega divergências na planilha e valor apresentado; empresa nega falhas e cobra dívidas

Escolas voltam a ser movimentadas; acordo paliativo retorna com serviços de transporte escolar (Foto: Arquivo Atos)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

Paralisado desde a último dia 1, o transporte de alunos das escolas municipais e estaduais de Cachoeira Paulista voltou a ser realizado nesta quinta-feira (7) pela empresa Utile Transportes, que faz parte do grupo ABC transporte, responsável pelo serviço. A medida veio após um acordo paliativo entre a Prefeitura e a contratada, que ainda cobra dívida.

Ao todo, de acordo com a secretaria de Educação da cidade, 797 alunos dependem do meio de transporte fornecido pela Prefeitura e Estado.

A empresa ABC Transportes, responsável por levar os alunos às escolas (o serviço é realizado pela Utile, que faz parte do mesmo grupo empresarial), decidiu paralisar suas atividades por falta de pagamento. A Prefeitura alega que o pagamento não foi realizado devido às divergências na planilha apresentada pela empresa em relação às rotas e linhas operadas, além de discordância no valor da nota emitida. Apesar do preço acordado em R$ 400 mil, a nota emitida foi de R$ 600 mil.

Para tentar resolver os problemas gerados pela falta do transporte escolar, o prefeito Antônio Carlos Mineiro (MDB) participou de uma reunião com a secretaria da Educação, na última segunda-feira (14), em São Paulo. “Encaminhamos todas as denúncias à Controladoria do Estado e à secretaria de Educação, que estão com um dossiê apurando as irregularidades apontadas”, revelou Mineiro. Ele lembrou que o contrato com a ABC foi realizado em 2019 no governo do ex-prefeito Edson Mota (PL). “Assumimos em 2021, quando então colocamos todos os contratos em suspeição, inclusive este. Estamos há tempos apurando irregularidades que a empresa se furta a esclarecer”.

Após novas reuniões com os prestadores do serviço, o Município divultou a retomada do transporte. “

“Sim, volta e serão atendidas todas as rotas. O pagamento foi parcial e a Empresa entendeu os questionamentos quando ao período cobrado de 2021, pois não houve aulas no município no período (período da pandemia de Covid-19)”, destacou Mineiro ao Jornal Atos.

Com a paralisação do serviço, boa parte dos alunos deixaram de frequentar as escolas. Foi o caso do filho de 11 anos da Aldenice dos Santos. A família já utilizava o transporte escolar há sete anos e só ficou sabendo da paralisação pela empresa ABC. “Fomos informados pela firma que eles estavam há três meses sem receber da Prefeitura”.

Aldenice, que mora no bairro da Bocaina, área rural da cidade, tem levado o seu filho para a escola estadual Comendador Oliveira Gomes para que ele não perca as provas. “Sem o transporte, nos dias de prova, eu trago meu filho para que ele não perca as provas nem fique com muitas faltas devido à escola ser de período integral. Mas não tenho condições de trazê-lo todos os dias da semana”, lamentou.

Antes da nova negociação, a ABC Transportes emitiu uma nota, afirmando que sempre que solicitada prestou todas as informações e que em setembro deste ano encaminhou diversos relatórios à Prefeitura e que, apenas neste ano, a inadimplência é recorrente desde abril. “Houveram inúmeras tratativas da nossa equipe financeira com a Prefeitura e em nenhum momento foi apontado que a falta de pagamento ocorreu por dúvida na execução do objeto ou ausência de manifestação da empresa, e sim, exclusivamente por ausência de recursos financeiros”.

De acordo com Mineiro, o contrato com a ABC vai até janeiro de 2024. Ainda em dezembro, a Prefeitura promete divulgar o edital de uma nova licitação para prestação de serviço de transporte escolar, onde serão exigidos itens como GPS e câmeras de segurança.

Nas redes sociais, moradores da cidade questionaram as próximas ações para evitar problemas. “… Boa essa notícia! Mas passa melhores informações sobre como ficou o processo de investigação. Sabemos que a votação na Câmara teve a maioria contra investigação. Mas vai ficar na gaveta e ficar tudo calado?”, comentou um internauta, em divulgação da Prefeitura sobre a volta do transporte.

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