Mineiro inaugura a ponte da Turma 26, que quase tirou seu mandato

Mesmo em meio à obra junto ao Estado, prefeito foi acusado de omissão na reconstrução; investimento total foi de R$ 473 mil

Nova ponte construída no bairro da Turma 26; obra é entregue à população após brigas políticas (Foto: Reprodução PMCP)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

Após nove meses da queda da ponte da Turma 26 e inúmeras polêmicas com direito à cassação do seu mandato, o prefeito Antônio Carlos Mineiro (MDB) inaugurou, na quinta-feira (21), a nova estrutura que permite o acesso dos moradores do bairro Santa Terezinha à região central da cidade. O investimento nas obras foi de R$ 473 mil.

Durante a inauguração, Mineiro batizou a nova ponte de “Geraldo Paim da Silva”, uma homenagem a um morador do bairro. “Ele é o morador mais antigo da Turma 26. Foi um senhor que trabalhou na linha férrea e criou a família inteira dele no bairro. Eu quis homenageá-lo, já que foi um defensor da área, ele morou a vida inteira ali”, destacou o prefeito.

A passagem já estava liberada para carros e caminhões transitarem, mas o evento marcou a entrega oficial da ponte. “Já estava liberada há uns trinta dias, agora, teve a conclusão da Defesa Civil, da Engenharia, e a entrega da obra na sua totalidade”.

Desde janeiro, as mais de 150 famílias do bairro vinham sofrendo com os transtornos causados pela queda da ponte. Para amenizar os problemas, instalou uma ponte provisória de madeira no mesmo local em que a de concreto desabou, permitindo a travessia de pedestres, ciclistas e motociclistas. O governo disponibilizou, gratuitamente, transporte coletivo até o Centro, mas moradores que possuem carro ou caminhão passaram a utilizar uma rota alternativa pelo bairro vizinho, o Embauzinho, que acaba sendo mais longa.

Uma comissão processante foi formada no final de março pelos vereadores Felipe Piscina (União), Agenor do Todico (PL) e Carlinhos da Saúde (PL). Mineiro foi acusado de negligência no caso da ponte. Dois dias após a processante ser instaurada, o chefe do Executivo rebateu a acusação de demora com a assinatura do convênio com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para as obras no local. Em abril, a empresa S.O. Pontes Engenharia venceu o processo licitatório para a construção.

Em junho, a queda da ponte culminou na cassação de Mineiro, por 7 votos a 3, mas depois de 36 horas, ele voltou a ocupar o posto de chefe do Executivo, após o Tribunal de Justiça do Estado ajuizar ação civil pública solicitando a anulação dos efeitos do decreto legislativo que cassou o seu mandato.

Na ação, o juiz Anderson da Silva Almeida alegou que Mineiro sofreu processo de cassação por infração político-administrativa inexistente, pois comprovou, durante o trâmite da Comissão Processante, a ausência de omissão para solucionar a queda da ponte no bairro.

Segundo o documento do juiz, Mineiro adotou as medidas sugeridas pelos órgãos técnicos, tendo obtido, inclusive, apoio financeiro do governo estadual e técnico do Exército, Defesa Civil, Instituto de Pesquisas Ambientais e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Na ocasião, o juiz ponderou a ausência de provas mínimas da suposta omissão apontada.

“Desde que a ponte caiu, não paramos sequer um dia com as tratativas para amenizar e resolver este problema. Em menos de uma semana fizemos uma passagem provisória para ciclistas e pedestres, buscamos o trâmite legal e correto para restaurar a passagem. Sofri um injusto processo de cassação, fomos perseguidos e atacados como bandidos por fazer o que é certo, como se fazer o certo fosse errado”, ponderou Mineiro sobre a inauguração.

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