Câmara define ordem de oitivas na processante da ponte da Turma 26; Mineiro deve falar na sexta-feira

Acusado de infração política administrativa, prefeito e outras dez pessoas devem prestar depoimento, uma semana após definição de licitação sobre obra; vereadores são questionados sobre ciência do trabalho entre Município e Estado

Assinatura de convênio com o Estado para construção da ponte no bairro Turma 26; comissão investiga infração política (Foto: Divulgação PMCP)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

O prefeito de Cachoeira Paulista, Antônio Carlos Mineiro (MDB), será ouvido na próxima sexta-feira (5), pela Comissão Processante, que investiga suposta prática de infração política administrativa no caso da reconstrução da ponte do bairro Turma 26. Ao todo dez testemunhas de defesa devem comparecer, entre esta quarta-feira (3) e o dia da participação do chefe do Executivo, para prestar depoimento sobre o caso.

A Comissão Processante é formada no final de março pelos vereadores Felipe Piscina (DEM) como presidente, Agenor do Todico (PL), que atuará como relator, e Carlinhos da Saúde (PSD), como membro. Mineiro foi acusado pelo autor do pedido, o empresário Rodolfo Fernando Ribeiro, por negligência no caso da ponte que caiu em janeiro, depois do município ser atingido por uma forte chuva.

Todico utilizou o momento da tribuna livre, na sessão da última terça-feira (2), para comentar sobre os depoimentos das testemunhas e sobre o seu papel de fiscalizar a gestão municipal. “A gente vai ouvir as testemunhas e o prefeito sobre a ponte para gente dar andamento. Espero que a justiça seja feita. Que possamos cumprir com o nosso papel de fiscalizar. Espero que esse trabalho não fique em vão, que essa processante não fique em vão, que possa mostrar para a população que essa Casa vem fiscalizando”.

Em meio à polêmicas no cenário político, na última sexta-feira (28), a empresa S.O Pontes Engenharia foi habilitada e classificada como vencedora do processo licitatório para construção da ponte. A empresa Marco A.S. Motta Construtora também participou da licitação.

De acordo com a secretária de Planejamento, Polyana Maria da Silva Paiva, a adjudicação e homologação do certame será publicado no Diário Oficial nesta quarta-feira e será assinado o contrato para execução dos serviços e encaminhado à Defesa Civil do Estado de São Paulo para emissão da autorização de início das obras.

O vereador Felipe Piscina disse que espera que essa situação seja resolvida o mais breve possível. “Quero parabenizar a empresa que, graças a Deus, ganhou a licitação para fazer aquela ponte, que faz praticamente 120 dias que caiu. É uma empresa de confiança, uma empresa que vai trazer a dignidade do bairro mais uma vez”.

Desde janeiro, as mais de 150 famílias do bairro sofrem com os transtornos causados pela queda da ponte que era utilizada para ter acesso à região central da cidade. A Prefeitura com o intuito de amenizar os problemas, instalou uma ponte provisória, de madeira, no mesmo local em que a de concreto desabou, permitindo a travessia de pedestres, ciclistas e motociclistas. O governo disponibilizou, gratuitamente, transporte coletivo até o Centro.

Os moradores que possuem carro/caminhão passaram a utilizar uma rota alternativa, pelo bairro vizinho Embauzinho, que acaba sendo mais longa.

Dois dias após a processante ser instaurada, o chefe do Executivo rebateu a acusação de demora, com a assinatura de um convênio com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) para as obras no local. O pedido havia sido apresentado ainda no final de janeiro, quase dois meses antes da abertura da licitação. Na époa, o diretor da Defesa Civil Estadual, o tenente-coronel Rinaldo Monteiro, e sua equipe haviam realizado uma vistoria no local afetado para a elaboração de um relatório técnico apontando as especificidades da situação e definir o projeto de implantação de uma nova estrutura, aprovada no começo de abril e agora definida com a licitação.
“Nós levamos a Defesa Civil para vistoriar a área, assim como engenheiros do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Inclusive, no dia 20 de março, eu recebi a outorga do Daee autorizando a obra da ponte e eu enviei esse documento para os vereadores. Eles têm ciência disso”, frisou o prefeito, durante participação no Atos no Rádio, em abril. O prefeito informou que o Município não poderia ter construído, por iniciativa própria, uma ponte de acesso ao bairro. “A Prefeitura não pode executar obras de alta complexidade. Eu caminho dentro da lei, agora teremos uma empresa especializada para a construção”, concluiu.

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