Dois dias após processante, Mineiro assina convênio com Estado e garante “obra resposta” sobre ponte da Turma 26

Via, que caiu em janeiro, é foco de novo confronto, mesmo com ação junto a Tarcísio; prefeito garante que Câmara sabia de ação antes de aprovar processo

Apresentação para assinatura de convênio com o Estado para realizar obras da ponte do bairro Turma 26 (Foto: Divulgação PMCP)

Andréa Moroni
Cachoeira Paulista

A polêmica sobre a ponte do bairro Turma 26, que passa sob o Rio Paraíba, dominou o cenário político de Cachoeira Paulista nesta semana. A queda da passagem, em janeiro, gerou uma comissão processante contra o prefeito Antônio Carlos Mineiro (MDB), aberta na última terça-feira (21). Dois dias depois, o chefe do Executivo rebateu a acusação de demora no atendimento, com a assinatura de um convênio com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) para as obras no local.

O pedido de abertura do processo teve apenas um voto contrário e colocou fogo na convivência entre os vereadores e o Executivo. Mineiro foi acusado pelo autor do pedido, o empresário Rodolfo Fernando Ribeiro, pela prática de infração política administrativa no caso da reconstrução da ponte, que caiu em janeiro. após o município ser atingido por uma forte chuva.

Segundo o denunciante, o bairro está isolado desde que a ponte caiu e o acesso somente de pedestres pela passagem provisória, feita pelo Município, “prejudica os motoristas’, que levam quase trinta minutos para acessar o bairro. “Antes do centro ao bairro era apenas cinco minutos. E antes de cair a ponte já apresentava sinais de desgaste e a omissão do prefeito na resolução do problema acarreta infração por parte do prefeito (trecho da denúncia)”.

A indagação teria resposta na tarde da quinta-feira, quando o prefeito divulgou a assinatura do convênio para construção da ponte definitiva do bairro Turma 26.
“… após quase dois meses de tratativas, elaboração de projetos, planilha orçamentária e laudos técnicos necessários, foi assinado ontem na Casa Militar do Governo do Estado de São Paulo (o convênio) …”, destacou a Prefeitura, por meio das redes sociais.

Além de Cachoeira, outros 14 municípios, afetados pelas fortes chuvas de início de ano, foram contemplados: Américo Brasiliense, Anhuras, Descalvado, Dois Córregos, Floreal, General Salgado, Itaóca, Itariri, Lucélia, Promissão, São Bento do Sapucaí, São Roque e Uru.

Mas antes mesmo da divulgação do atendimento estadual para a demanda no Turma 26, A Câmara resolveu pela abertura da abertura da processante. A votação na sessão da terça-feira teve nove vereadores aprovando a processante contra Mineiro: Adriana Vieira (PTB), Agenor do Todico (PL), Dil Fonseca (PSD), Felipe Piscina (União), Nenê do São João (PSB), Carlinhos da Saúde (PL), Luiz Gonzaga Brejão (PSC), Max Barros (União), Rodolpho Borges (Rede), Rogéria Lucas (Podemos) e Thálitha Barboza (PT). A vereadora Ângela Protetora (MDB) foi o único voto contrário.

O presidente da Câmara, Léo Fenix explicou que, de acordo com o regimento interno, todas as denúncias protocoladas precisam ser apreciadas em plenário, na próxima sessão ordinária. “Para a abertura da processante, cada vereador tem a sua opinião, isso não compete à presidência de articular os votos para o aceite ou a rejeição. O meu dever e obrigação na presidência, é manter o respeito e o bom andamento das sessões”.

A Comissão Processante será formada pelos vereadores Felipe Piscina (presidente), Agenor do Todico (relator) e Carlinhos da Saúde (membro). Segundo Piscina, os envolvidos devem começar a ser ouvidos na próxima semana. “Semana que vem iremos notificar o prefeito. Aí sim vamos começar o trabalho de investigação. Nessa oportunidade o prefeito vai poder provar se foi omisso ou não depois da queda da ponte. Vamos agir pela razão e não pela emoção, não estamos fazendo politicagem como alega o prefeito. Será tudo dentro da legalidade”.

Prefeitura – Durante entrevista ao programa Atos no Rádio, Antônio Mineiro explicou que a Prefeitura tem dado andamento a construção da ponte que desabou devido às fortes chuvas de janeiro, no acesso ao bairro Turma 26. “Faz sessenta dias que a ponte caiu, o processo está andando, mas o local é complicado. Nós levamos a Defesa Civil, ao Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). No dia 20 de março, eu recebi a outorga do Daee autorizando a obra da ponte e eu enviei esse documento para os vereadores. Eles têm ciência disso”, frisou o prefeito.

Mineiro revelou ainda que a Prefeitura só estava aguardando a assinatura do convênio com o Estado para dar início à obra. “Agora é só licitar e depois dar início a obra de construção, que deve durar trinta dias”.

O prefeito informou que o Município não poderia ter construído, por iniciativa própria, uma ponte de acesso ao bairro. “A Prefeitura não pode executar obras de alta complexidade. Eu caminho dentro da lei, agora teremos uma empresa especializada para a construção”, garantiu.

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