Funcionários da Santa Casa denunciam atrasos salariais em Cachoeira

Servidores alegam falta de insumos básicos e medicações para os pacientes, diretor administrativo nega acusações

PA da Santa Casa de Cachoeira; após fim da interdição, funcionários reclamam por atraso em salários (Foto: Thales Siqueira)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

Três meses após o prefeito de Cachoeira Paulista, Antônio Carlos Mineiro (MDB), anunciar o fim da intervenção municipal na Santa Casa de Misericórdia São José, funcionários denunciam atraso de pagamentos e condições precárias quanto a insumos, medicamentos e alimentos. Os trabalhadores relatam a falta de materiais básicos como agulhas, seringas e álcool, além de medicamentos. O diretor administrativo do hospital, Renato Marton, negou as acusações.

Segundo uma funcionária que pediu para não ser identificada, temendo represálias, os servidores estão sem pagamento desde o dia 10, e essa não seria a primeira vez que acontece o atraso nos salários. “Estamos sem o pagamento e sem o complemento que a enfermagem por lei precisa receber. Estamos de mãos e pés atados, com boletos vencidos, temos aluguel, filhos pequenos, contas. Temos médicos pedindo demissão por falta de pagamento”, desabafou a funcionária, que disse ainda que foi perguntar para Marton sobre o atraso nos salários, mas que a resposta teria sido grosseira. Ele teria pedido que ela questionasse o prefeito sobre o assunto. “O próprio interventor (diretor) foi super grosseiro com uma de nossas colegas de trabalho. Porém, o que se comenta é que o mesmo tem recebido um salário de R$ 15 mil”.

A funcionária disse que a Santa Casa está com falta de insumos, o que compromete o atendimento aos pacientes. “Os reagentes para exames estão em falta. Álcool e outros insumos básicos estão em falta, como agulhas e seringas, até medicações. Não tem uma dieta decente para os pacientes, apenas ovo”.

A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com o diretor administrativo Renato Marton. Ao ser questionado sobre a falta de insumos e a dieta dos pacientes, ele negou todas as acusações. “Estamos passando por um processo de desintervenção. Nesse processo, os contratos, que antes eram de responsabilidade da Prefeitura, passaram a ser de responsabilidade da Santa Casa. Algumas negociações travaram, mas a dieta nutricional de todos os pacientes foi respeitada. Todos os reagentes foram adquiridos e estamos trabalhando para a aquisição de forma anual. Não está em falta álcool, e sequer insumos básicos”, defendeu Marton.

A reportagem também entrou em contato com o prefeito Antônio Carlos Mineiro para verificar o motivo do atraso nos pagamentos e do não repasse do piso da enfermagem, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

Na Câmara – Os vereadores votaram e aprovaram um requerimento do vereador Agenor do Todico (PL) sobre um pedido de informações ao diretor da Santa Casa acerca dos salários dele e do advogado da instituição.

Na mesma noite, os parlamentares revelaram terem recebido denúncias sobre a situação na Santa Casa, de que o hospital estaria funcionando sem gerador e que a alimentação dos pacientes é constituída apenas de arroz, feijão e ovo.

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