Atos e Fatos

“Nunca houve nenhuma chance de neoliberalismo aqui. Este é um país muito pobre e o Estado sempre terá um papel importante na atenuação de diferenças sociais”

Fernando Henrique Cardoso 

Fotomontagem com Michel Temer, Lula e Fernando Henrique Cardoso (Foto: Reprodução)

Professor Márcio Meirelles

O NEOLIBERALISMO

A imprensa, principalmente a que usa a mão esquerda para escrever, critica o neoliberalismo, o responsável pela situação econômica atual do país.

O partido dos trabalhadores cola o neoliberalismo na figura de FHC, como o criador e introdutor desta política no país.

O regime político que detesta pobre segundo o presidente Lula.

A verdade que as origens do neoliberalismo podem ser rastreadas até o final do século XIX, com a Escola Austríaca de Economia. 

Os economistas Ludwig von Mises e Friedrich Hayek são considerados os pais do neoliberalismo, defendendo a livre iniciativa, a mínima intervenção estatal e o livre mercado como pilares da organização social ideal. O Estado mínimo!

Mises criticava a intervenção estatal na economia, argumentando que ela levava à ineficiência e à burocracia. 

Hayek, por sua vez, argumentava que o planejamento central era impossível em uma economia complexa e que o livre mercado era o único sistema capaz de garantir a eficiência e a liberdade individual.

As ideias neoliberais ganharam força no contexto da Guerra Fria, como resposta ao crescimento do socialismo e do keynesianismo. Milton Friedman, – professor de Paulo Guedes -, outro importante economista neoliberal, defendia a desregulamentação financeira e a privatização de empresas estatais como forma de estimular o crescimento econômico.

As políticas neoliberais foram implementadas em diversos países a partir da década de 1970, com o apoio de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. 

No Brasil, o neoliberalismo foi implementado durante o regime militar (1964-1985) e aprofundado nos governos subsequentes: Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso.

O neoliberalismo é um tema controverso, com defensores e críticos. Seus defensores argumentam que ele promove o crescimento econômico, a eficiência e a liberdade individual. 

Seus críticos argumentam que ele aumenta a desigualdade social, degrada o meio ambiente e fragiliza os direitos dos trabalhadores.

A afirmação de que a situação econômica do Brasil é resultado do neoliberalismo é complexa, com diferentes perspectivas e aspectos que merecem ser considerados.

A venda de empresas estatais durante os governos de FHC (1995-2002) representou uma mudança significativa no papel do Estado na economia.

Argumenta-se que a privatização, em alguns casos, não foi acompanhada de mecanismos adequados para garantir a eficiência e a qualidade dos serviços, o que pode ter contribuído para problemas como o aumento das tarifas e a precarização do trabalho

A redução das barreiras comerciais, intensificada a partir dos anos 90, governo Collor, expôs a indústria brasileira à concorrência internacional. Isso teria levado ao fechamento de empresas e à perda de empregos, especialmente em setores menos competitivos.

Argumento refutável, pois a empresas brasileiras exemplos de baixa produtividade baseando o seu lucro nos subsídios do governo e lucro com a inflação e proteção alfandegária.

As reformas trabalhistas implementadas nas últimas décadas, como a Lei de Terceirização (2017), teriam fragilizado os direitos dos trabalhadores e contribuído para a precarização do trabalho, com o aumento do trabalho informal e a redução da renda média.

A crítica ao modelo trabalhista não tem fundamento, pois se trata de movimento econômico que ocorreu no mundo, principalmente aos países que controlaram a inflação e a renda média não caiu.

Críticos argumentam que o modelo neoliberal não foi implementado de forma completa no Brasil, principalmente no que diz respeito à reforma do Estado. A reforma administrativa, por exemplo, não foi aprovada pelo Congresso Nacional, o que limitou a capacidade do Estado de se tornar mais eficiente e eficaz.

O governo FHC criou o Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE), chefiado pelo economista Bresser Pereira.

Este ministério foi extinto em função da não aceitação do Congresso Nacional em realizar as reformas. Criou as Agências Reguladoras, entidades independentes de defesa do consumidor e dos direitos do Estado no processo de privatização. Foram politizadas no governo Lula e perderam a sua função de órgão independente como na Inglaterra, Estados Unidos.

A crise econômica global de 2008 e a queda no preço das commodities, que impactam significativamente a economia brasileira, são frequentemente apontadas como fatores mais relevantes para a atual situação do país do que as políticas neoliberais.

Argumenta-se que outras políticas, como a política fiscal expansionista e o aumento do gasto público durante os governos petistas (2003-2016), também tiveram um impacto significativo na economia brasileira, e que o foco exclusivo no neoliberalismo como causa dos problemas atuais é uma visão simplista.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?