Atos e Fatos

“É uma vergonha esse aumento de juro”

Presidente Lula

Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, presidente Lula critica ações da instituição (Foto: Reprodução EBC)

Professor Márcio Meirelles

NO GRITO, OS JUROS NÃO CAEM!

O presidente Lula está fazendo o papel do seu vice, no seu governo primeiro, José Alencar, que criticava a política monetária do seu próprio governo.

O presidente Lula está criticando o Banco Central e as suas ações  e  não deveria ser tão independente.

Vamos a inflação.

A inflação no nosso país tem uma causa diagnosticada há muitos anos: o governo gasta mais do que arrecada, logo, necessita de recursos para cobrir os rombos das contas públicas.

Este é um fato inconteste!

O governo gasta mais do que arrecada, precisa pedir ao mercado financeiro recursos, consequentemente, aumentando a demanda por crédito, diante da baixa taxa de poupança existente no país, o que produz elevada taxa de juros.

A solução é reduzir a despesa primária do governo cortando despesas desnecessárias e ineficientes para reduzir a taxa de juros.

Desta forma o desequilíbrio fiscal reside no excesso de despesa primária contida por um teto de gastos que deveria existir onde a percepção da existência de despesas desnecessárias se tornariam transparentes.

As taxas de juros elevadas, nos empréstimos feitos pelo sistema bancário, não resultam no lucro dos bancos – uma crença nacional -, fatores como inadimplência que ronda pela casa dos 60%, a tributação 24% (substituição da perda da CPMF), custos administrativos, empréstimo compulsório (parte dos recursos do banco que são congelados pelo Banco Central como política de combate à inflação), o lucro da instituição financeira e outros.

A ideia fixa, característica do perfil da esquerda, que os bancos sabotam o crescimento do país!

No governo Dilma Rousseff a determinação ao Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal na redução das suas taxas.

A taxa de financiamento de veículos, cheque especial, os juros caíram pela metade cobrada pelos bancos privados.

Este movimento de queda da taxa de juros nos bancos oficiais propiciou os inadimplentes quitarem suas dívidas nos bancos privados.

Resumo da história: os bancos privados reduziram a sua inadimplência e aumentaram os seus lucros. Bingo!

O que o presidente Lula não entende termos uma inflação rodando em volta de 6% e uma taxa de juros de 13,75%.

Entretanto, o Banco Central entende que enquanto o governo não for mais transparente e explicar melhor à sociedade os gastos e encontrar uma fórmula de gastar mais com menos custo e onde buscar os recursos, é muito complexo para quem é o guardião da nossa moeda diminuir a taxa Selic.

É uma questão de credibilidade.

Na última ata do Copom a indicação que o Banco Central continuará acompanhando o desenvolvimento da política fiscal e seus efeitos sobre os preços de ativos e as expectativas de inflação.

Esta é a missão de um Banco Central independente, goste ou não, o presidente Lula.

A dificuldade do atual governo e da esquerda entender que o Banco Central é uma instituição de Estado e não de governo.

Esta falta de compreensão explícita prejudica o país.

No mundo atual o Banco Central regula atividades econômicas, onde as regras do mercado não funcionam adequadamente, se revestem de complexidade suas funções como agência do Estado.

Um Banco Central independente assegura a estabilidade de regras e, assim, a segurança para investimentos de longo prazo, cujo retorno se dá no decorrer de muitos períodos de governo.

É necessário manter a credibilidade do Banco Central e a sua autonomia no controle da inflação que cairá com medidas transparentes.

Inexplicável a posição do presidente Lula sobre a autonomia do Banco Central, pois a sua independência começou no Plano Real e fortalecido em seu governo com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, após a sua saída iniciou-se um processo para reverter este status. O presidente Lula não permitiu.

O presidente deveria explicar à sociedade que a taxa de juros não cai por causa da herança maldita que recebeu: 235 bi de restos a pagar; sete anos sem aumento real no salário-mínimo (impacta a Previdência) e salário dos servidores públicos (exceção militares e juízes), corte de gastos na Educação e Saúde e os famosos precatórios.

A sociedade brasileira identifica e reconhece que ações voluntariosas propiciam hoje aplausos, mas que podem redundar em inflação amanhã.

Palanque não derruba a inflação!

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