Falha no pagamento de concurso para professores em Potim gera protestos

Para contornar problemas, Prefeitura permite que concursistas paguem taxas depois da realização da prova; revoltados, candidatos desistem do processo

Sede da Divisão Municipal de Educação de Potim; cidade é alvo de uma série de reclamações após denúncias de falhas em concurso público (Foto: Juliana Aguilera)
Sede da Divisão Municipal de Educação de Potim; cidade é alvo de uma série de reclamações sobre o concurso público (Foto: Juliana Aguilera)

Juliana Aguilera
Potim

A Prefeitura de Potim foi alvo de diversas reclamações esta semana, após permitir que participantes que não conseguiram efetuar o pagamento de inscrição para concurso público pudessem depositá-lo pós prova. A medida foi tomada devido a problemas de cronograma e com a conta na Caixa Econômica Federal. Em uma rede social, candidatos se indignaram, chegando até a desistir da prova.

A secretária da Educação, Renata Teberga, reconheceu a dificuldade de se realizar o pagamento da taxa, que variou de R$ 20 a R$ 40, em quatro dias úteis, mas explicou que o problema vem desde os trâmites com o Ministério Público. “A Prefeitura estava com um despacho que não poderia fazer contratação temporária. Começamos então outro processo no jurídico para mostrar que não era o caso de concurso, e sim, um processo seletivo simplificado”, afirmou.

A demora com o processo levou a Prefeitura de Potim a perder prazos para a licitação do concurso, fechando com a empresa Assertiva R$ 15 mil para realização das provas. “Mesmo assim, a juíza demorou para dar o deferimento. Só o conseguimos em 7 de janeiro. O processo seletivo já começou com estas dificuldades, então tivemos prazos apertadíssimos”, reforçou.

A medida foi tomada para que o processo fosse homologado em 28 de janeiro, com o início das aulas em 1º de fevereiro. Posteriormente, os candidatos tiveram, por dois dias e meio, dificuldade em depositar o valor na conta da Caixa Econômica Federal. Para evitar que algum participante fosse prejudicado, a Prefeitura estendeu a data para realizar o depósito até o próximo dia 25, sendo a prova realizada no último dia 19.

Gabarito – Além da confusão, internautas apontaram o despreparo na aplicação da prova. A exposição do gabarito nas redes, através de uma foto, reforçou o tom de reclamação com a empresa prestadora do serviço e com a Prefeitura.

Para a secretária, a ação foi feita de má fé. “Orientamos que não levassem nada para casa, muito menos usassem o celular. Não íamos mandar nossos aplicadores revistarem os candidatos. Isso já vai da índole da pessoa, que está vindo prestar a prova querendo ser um modelo para crianças e adolescentes”. O processo administrativo simplificado foi aplicado para setecentas pessoas, com 11 cadernos com 25 questões cada.
A contratação de 31 professores é temporária e por tempo indeterminado para as disciplinas arte, história, língua portuguesa, inglês, matemática, ciências físicas e biológicas, educação física, geografia e educação especial.

Desistência – A professora especialista em educação especial e inclusiva, Andrea Ferraz, 42 anos, foi uma das participantes que desistiu de realizar a prova. “Nunca vi isso na minha vida. Quem correu e se preocupou em pagar na data não foi lesado? Quem garante que quem fez e não pagou a taxa irá pagar?”

A Prefeitura afirmou que quem passar no processo e não apresentar o comprovante de pagamento será desclassificado e não poderá atuar no cargo.

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