Frei Galvão acumula mais de duzentas demissões em três anos e entrave com multas rescisórias

No mesmo período foram quase quinhentos mil atendimentos no hospital; dificuldades da pandemia causam desequilíbrio financeiro, aponta diretor

Entrada principal do hospital Frei Galvão, em Guará; crise financeira é responsável por demissões nos últios anos (Foto: Arquivo Atos)

Da Redação
Guaratinguetá

Em pouco mais de três anos, o Hospital Frei Galvão (HFG), em Guaratinguetá, registrou saldo de mais de duzentos postos de trabalho fechados. Entre março de 2020, mês do decreto de pandemia da Covid-19, e junho de 2023, a unidade fez 809 admissões e demitiu 1.012 profissionais. Com desequilíbrio financeiro confirmado pelo novo diretor geral, um dos grandes entraves para o hospital são as multas rescisórias.

Os dados foram informados pelo próprio hospital ao Jornal Atos. A unidade também frisou que, no mesmo período, foram realizadas 20.323 internações e 495.818 atendimentos no ambulatório. Os números não levam em conta os atendimentos realizados no Pronto Socorro Municipal que, nesta mesma época, funcionava em um prédio anexo ao Frei Galvão.

Na última semana, o diretor geral, Hertes Hassegawa, confirmou que na pandemia foram feitas diversas contratações de profissionais para atuar na linha de frente, nas áreas de enfermagem, assistencial (com médicos e fisioterapeutas) e logística, de acordo com a abertura de novos leitos clínicos e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Meses depois, com o avanço da vacinação e baixa das internações, os trabalhadores foram demitidos gradativamente.

O custo das verbas rescisórias, de acordo com Hassegawa, ficou com o HFG. “Os recursos efetivos referentes a todos os atendimentos que viessem complementar esse valor, para que a gente fizesse essa dispensa, estão vindo a conta-gotas pelo Governo Federal. Isso é difícil para colocar dentro do financiamento ou da nossa estrutura financeira a quitação disso tudo. Foi feita uma força-tarefa para fazer esse atendimento, para que desse resultado, e de fato foi dado esse atendimento, só que a conta ainda tem, de materiais, medicamentos, oxigênio, de médicos e dos funcionários que agora estão sofrendo”, detalhou.

Segundo o diretor, foram feitos acordos para parcelar algumas multas trabalhistas. “A gente não fica satisfeito com essa situação, a qual você dispensar um funcionário e ter que fazer o parcelamento da rescisão dele, ninguém fica feliz. Nós não ficamos felizes, estamos incomodados, mas nós estamos atrás de recursos junto ao Governo Estadual, que tem nos dado ouvidos para poder fazer com que a gente cumpra com as nossas obrigações”, complementou.

Piso salarial – Questionado sobre o piso salarial para a enfermagem, Hassegawa confirmou que o representante jurídico do hospital se reuniu com o sindicato da categoria e ficou definido que serão aguardados sessenta dias para que o Governo defina a fonte de recursos para que os hospitais façam a implantação do piso. “Os públicos conseguem garantir com o orçamento anual, eles colocam no orçamento anual o piso, e quando virar o ano, ele (recurso) já está lá. Os filantrópicos e os hospitais contratados pelo serviço público ou pela secretaria para fazer atendimentos não foram contemplados, por isso o prazo de sessenta dias”.

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