Com reconhecimento nacional, Cruzeiro aposta no turismo histórico e cultural

Proposta do Município é ampliar investimento para colher frutos de lei que oficializou o município como “Capital Nacional da Revolução Constitucionalista de 1932”

Homenagem aos combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932; túnel está sendo revitalizado  (Foto: Reprodução PMC)

Andréa Moroni
Cruzeiro

A confirmação de um título que já havia sido popularmente dado a Cruzeiro deve significar um avanço no investimento do turismo histórico. A cidade foi definida em lei, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última quarta-feira (10), como a Capital Nacional da Revolução Constitucionalista de 1932. Ainda na última semana, a Prefeitura anunciou novas ações para enfatizar o caráter histórico do município.

A lei enfatiza o papel de Cruzeiro, na luta armada promovida pelas forças paulistas que cobravam do então presidente Getúlio Vargas o cumprimento da promessa da promulgação de uma nova Constituição.

Para o prefeito Thales Gabriel Fonseca (PSD), a lei coloca a cidade no protagonismo nacional e permite um crescimento do investimento no turismo. “Cruzeiro já tem o título estadual de cidade da revolução, agora chega o reconhecimento nacional”.

A ideia é potencializar a cidade nos cenários nacional e internacional, fomentando o turismo histórico e cultural, com foco na Revolução de 1932. “Já recuperamos o Belvedere à Santa, agora estamos recuperando o Túnel da Mantiqueira e seu entorno e vamos trabalhar para recuperar a malha ferroviária para que seja possível a volta da Maria Fumaça, no trecho Cruzeiro à Passa Quatro”, salientou o prefeito.

O projeto de revitalização do Túnel da Mantiqueira consiste na construção de um memorial, um mirante, uma praça, estacionamento e na pavimentação de parte da estrada de acesso.

O memorial é uma edificação de 160m² composta por dois vestiários, hall, cozinha, área de serviço, espaço multiuso e um mural da Revolução de 1932. Já o mirante ficará acima do túnel e terá mais de 100m² para acomodar os turistas e de onde será possível ver a famosa garganta do Embaú. “A praça terá um local para fogueira, além de um espelho d’água. A fachada do túnel, que fica logo abaixo dessa praça também será revitalizada”, explicou o engenheiro Luiz Otávio, responsável pela obra.

Segundo o engenheiro, o estacionamento já está concluído e a maior parte da pavimentação também, restando apenas o acesso à praça para ser executado. “A revitalização do túnel e entorno também tem caráter ambiental, uma vez que a iluminação do local será por meio de luminárias solares, o abastecimento de água será por meio de captação da própria água da Serra, que corre próximo e o tratamento de esgoto sendo realizado naturalmente com um jardim filtrante”.

Foto histórica do túnel; local foi importante para a Revolução Constitucionalista de 1932 (Foto: Reprodução)

A previsão é de que as obras estejam concluídas até 9 de julho, data oficial da comemoração paulista para a Revolução Constitucionalista de 1932. O investimento na revitalização é de R$ 671.735,09, sendo R$ 615.073,96 oriundo do Governo do Estado e R$ 56.661,13 da Prefeitura.

O Belvedere à Santa foi reinaugurado em dezembro de 2023. Instalado na divisa com o estado de Minas Gerais, a obra recebeu investimento de R$ 382 mil. Os recursos foram provenientes do Fundo de Melhorias dos Municípios Turísticos do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos).

O espaço ganhou corrimão na escada de acesso ao mirante, binóculos para apreciação da paisagem; reforma do nicho onde se encontra a imagem de Nossa Senhora Aparecida, instalação de um bebedouro e reforma da Cruz, além de um obelisco e um totem com informações turísticas do atrativo.

A região e a revolução – O Vale do Paraíba foi palco de várias batalhas durante a Revolução Constitucionalista de 1932. O movimento armado promovido tentou levar à convocação de uma assembleia constituinte e gerou conflitos que tiveram início em 9 de julho daquele ano e se arrastaram até 2 de outubro, quando as tropas constitucionalistas de São Paulo se renderam. Entre as cidades com registros de lutas estão Cachoeira Paulista, Lorena, Areias, Queluz, Cunha, Piquete e Guaratinguetá, além, é claro, de Cruzeiro.

Apesar da derrota no campo de batalha, o objetivo foi conquistado, já que a assembleia foi convocada e, em 1934, foi promulgada a Constituição.

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