Cultura cria projeto de musicoterapia para pacientes da Santa Casa

Com canções suaves e divertidas, voluntários alegram os corredores do hospital

 

Doutores da cultura - Elisabeth Almeida (7)
Doutores da Cultura, grupo leva música à pacientes (Foto: Elisabeth Almeida)

Elisabeth Almeida

Lorena

 

A Santa Casa e a secretaria de Cultura de Lorena firmaram uma parceria com a Allarte (Academia Lorenense de Letras e Artes) e a Corporação Mamede de Campos e criaram os “Doutores da Cultura”, com a proposta de reabilitar pessoas enfermas com o uso da música e seus elementos – som, ritmo e melodia.

O projeto, idealizado pela Cultura, é formado pelos voluntários Ildebrando, presidente da Allarte; e os músicos Baltazar, Sidney e Domingos Sávio, que todas as quintas-feiras, percorrem os leitos das alas de pediatria, clínica cirúrgica e médica do hospital.

De acordo com Pâmela Cristina, que acompanhava o avô a fazer exames de rotina, após sofrer um derrame, a musicoterapia ajuda a lidar com as dificuldades. “Eles são muito legais, fazem um momento tenso se tornar mais leve, já que cantam e brincam com a gente”.

Segundo a Ubam (União Brasileira das Associações de Musicoterapia), a técnica surgiu oficialmente como uma ciência durante a Segunda Guerra Mundial, quando a música passou a ser utilizada com fins terapêuticos na recuperação dos soldados feridos.

Talita Nunes acompanha o pai, que sofreu um AVC e se encontra em estado vegetativo, contou como a melodia causou reações positivas. “Fiquei muito feliz por ouvi-los cantar, por que eu sei que ele ouve, tanto que ao escutar a música ele reagiu, mexeu a sobrancelha e tentou abrir os olhos. Os movimentos dele são muito sutis, está totalmente vegetativo, mas a alma dele ainda está viva”.

A psicóloga Glória Fernandes defendeu a proposta do projeto e falou sobre a importância da música na reabilitação. “A música ajuda o paciente a se fortalecer emocionalmente para melhor lidar com os sintomas da doença, promovendo não necessariamente a cura, mas melhoras no quadro clínico”.

Glória explicou ainda como é possível pessoas em coma ou estado vegetativo conseguem interagir, mesmo que com poucas reações. “Pesquisas revelam que isso é possível já que a música afeta o nível de vários hormônios: cortisol, de excitação e estresse; testosterona, de agressividade e excitação e a oxitocina, promovendo a sensação de carinho e afeto”.

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