Soliva recebe reforço de “vereadores de Filippo”

Derrota nas urnas não afastou trio, que aumenta bancada do próximo prefeito em Guará

Da esquerda para direita, os vereadores eleitos Marcelo da Santa Casa, Celão e Márcio Almeida, em entrevista a Eder Billota no estúdio do Atos (Foto: Francisco Assis)
Da esquerda para direita, os vereadores eleitos Marcelo da Santa Casa, Celão e Márcio Almeida, em entrevista a Eder Billota no estúdio do Atos (Foto: Francisco Assis)

Da Redação
Guaratinguetá

Depois da vitória de Marcus Soliva (PSB) na eleição à Prefeitura de Guaratinguetá, cabe agora ao empresário e atual vereador buscar base política para garantir a governabilidade para o próximo mandato. E nesta tarefa ele garantiu um apoio de peso. Em entrevista ao Jornal Atos, os vereadores reeleitos Marcelo Coutinho, o Celão (PSD), e Márcio Almeida (PPS), além do “calouro” Marcelo da Santa Casa (PSD), que faziam parte da coligação do ex-prefeito Junior Filippo (PSD), prometeram ajudar o novo prefeito no trabalho que promete recuperar a administração da cidade.

“Donos” de 5.490 votos, o trio reforçou o discurso imposto nas eleições pela mudança. “A população nos deu uma mensagem de que Guará precisa de desenvolvimento. Participávamos de um grupo que não representava essa mudança, mas sim a experiência de já ter participado do Executivo. Estamos na esperança de que o prefeito eleito tenha um trabalho ainda melhor que o Junior (Filippo) fez”, destacou Márcio Almeida.

O vereador lembrou que Soliva deve encontrar oposição na Casa, mas que espera não ter obstáculos para colocar em prática o que foi projetado na campanha. “A gente percebe que tem alguns grupos políticos que já estão se movimentando no sentido de serem contrários ao governo. É normal, na vida pública isso faz parte, mas nós tomamos a seguinte decisão: não ganhamos a eleição com o Junior Filippo, mas temos que ajudar a cidade a se desenvolver, a crescer, e para isso vamos nos unir à população”.

A proposta apontada por Almeida é de garantir ao futuro prefeito governabilidade com apoio no Legislativo. Além de Almeida, Celão e Marcelo da Santa Casa, o vereador reeleito João Pita (PSB) e Pedro Sanini (PTB) fazem parte da coligação de Soliva, assim como Luizão da Casa de Ração (PR). O coro da base pode ter ainda apoio da vereadora Tia Cleusa (PMDB), que já se manifestou a favor de trabalhar junto ao prefeito. O partido da vereadora teve o segundo colocado na eleição à Prefeitura. Com 22.305 votos (33% do total), Argus Ranieri ficou à frente de Filippo e do atual prefeito, Francisco Carlos (PSDB). Além de Tia Cleusa, outros três pemedebistas foram eleitos na Câmara: Nei Carteiro, Décio Pereira e Fabrício da Aeronáutica, formam a maior bancada da Casa.

Atual presidente da Câmara, Celão frisou que o reforço da bancada se deve a atuação de Soliva, antes mesmo de assumir o cargo. “Isso é planejamento. Antes mesmo de assumir, já vem se reunindo com diversas entidades. Antes,vimos um governo sem planejamento algum, com muitas dificuldades de dialogar. Isso dificultou muito a proximidade da Câmara com o Executivo”.

Ao comparar o contato entre os poderes na atual gestão e a perspectiva para o próximo mandato, Celão enfatizou que a Câmara encontrou barreiras na própria Prefeitura para atuar juntos. “Em momento algum a Câmara foi de oposição, mas sim independente. Pelo menos 90% dos projetos enviados foram aprovados, e o que não era bom para a população, tivemos a liberdade de votar contrário. Tivemos uma administração que, em quatro anos, não conseguiu mandar um plano diretor decente para a Câmara, por exemplo”.

Outra situação apontada foi a conduta de Francisco Carlos com o Carnaval. Em quatro anos, o prefeito conseguiu realizar apenas um desfile.
Para 2017, quando a Prefeitura prometeu um repasse de R$ 50 mil para cada agremiação, a Oesg (Organização das Esclas de Samba de Guaratinguetá) se reuniu com Marcus Soliva e acertaram a festa sem a disputa, devido à falta de recursos para o repasse, prometido pelo atual prefeito. “O que aconteceu no Carnaval foi uma tremenda falta de organização por parte da atual administração pública. Hoje, as escolas de samba, na grande maioria, estão em situações complicadas financeiramente. Até mesmo trazer a comunidade para dentro das escolas, porque a população passa por um período que ela não acredita mais”, avaliou Celão. “Segundo informações que tenho dessa conversa que o Marcus Soliva teve com as escolas, já estará se iniciando um projeto para a realização do Carnaval de 2018. Chegou-se a um consenso em que as escolas de samba, juntamente com a Oesg e a equipe do prefeito eleito, que 2017 não era o momento. Talvez se levasse o Carnaval com uma qualidade muito baixa, isso prejudicaria ainda mais a festa.

Outro “calcanhar de Aquiles” da administração de Francisco Carlos foi a saúde. Ainda com o futuro do atendimento no Pronto Socorro incerto, devido ao contrato da Prefeitura com o Hospital Frei Galvão (atual administrador do serviço), a cidade não poupa críticas ao governo. Marcelinho da Santa Casa destacou que faltou atenção à Santa Casa, e espera mais organização do próximo governo. “Passei por vários prefeitos, quero acreditar que o Soliva fará o melhor. Ele já tem conversado com a Santa Casa, vai desenvolver um bom trabalho”, comentou. “Tendo em vista que Guará é uma cidade privilegiada, com dois bons hospitais, a gestão passada não soube trabalhar com isso. A saúde de Guará não é ruim, mas sim a gestão”.

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