Pacientes protestam após cancelamento de consultas do ARE de Cruzeiro

Com ausência de médicos, atendimento é remarcado para até três meses depois da procura; ambulatório também sofre com escassez de medicamentos

Pacientes aguardam atendimento no ARE; reclamações se intensificaram nos últimos meses (Foto: Maria Fernanda Rezende)
Pacientes aguardam atendimento no ARE; reclamações se intensificaram nos últimos meses (Foto: Maria Fernanda Rezende)

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Pacientes do ARE (Ambulatório Regional de Especialidades) de Cruzeiro voltaram a reclamar dos cancelamentos de consultas, que demoram até três meses para serem remarcadas. Quando há atendimento, a espera chega a mais de duas horas.

O ambulatório atende a demanda não só do município como de todo Vale Histórico. Mas de acordo com os pacientes, não está sendo suportada pela unidade. O transtorno estaria sendo causado pela redução de atendimentos por cada especialidade e ausência de médicos, fazendo com que consultas marcadas há meses sejam canceladas horas antes.

A doméstica Fátima Rodrigues é moradora de São José do Barreiro e precisou sair 6h da cidade para tentar garantir que sua consulta, suspensa por duas vezes, fosse feita no dia marcado. Além da demora, ela também se queixa da qualidade do atendimento. “Estava tudo encaminhado para eu fazer uma cirurgia no pé, mas quando cheguei lá não pude fazer porque o médico daqui não pediu nenhum exame que era preciso”, lamentou a paciente.

Nem mesmo casos urgentes têm tido a devida atenção, como relatou a dona de casa Solange Silva, que não consegue uma vaga para o marido para um oncologista (especialista no tratamento do câncer). Na ocasião, o marido de Solange esperava por uma consulta com o médico e também vice-prefeito Dr. Davi Mota.

Segundo a dona de casa, essa é a terceira vez que retornam ao ARE depois de duas vezes em que Mota não compareceu. “Estamos há quase duas horas aqui. Meu marido é cadeirante e está lá cansado de esperar. Ele está com problema no esôfago e estamos tentando ver se o Dr. Davi nos ajuda com a vaga, mas ele não vem. Se não tem mais tempo para ser médico, então ele tem que colocar outra pessoa para atender a população aqui”, criticou.

Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a Prefeitura não respondeu sobre as reclamações até o fechamento desta edição.

Placa com informações sobre a reforma da Farmácia Municipal, na Rua 10; obra parada há anos tem tem promessa de entrega em noventa dias (Foto: Maria Fernanda Rezende)
Placa com informações sobre a reforma da Farmácia Municipal, na Rua 10; obra parada há anos tem tem promessa de entrega em noventa dias (Foto: Maria Fernanda Rezende)

Farmácia municipal – O horário de atendimento da farmácia, instalada no ARE, também é um problema encontrado por quem mora longe do local, espera por consulta e precisa de remédio. Quem passa pelo atendimento, entre 7h e 13h, sai com uma receita médica, mas só consegue pegar o medicamento no outro dia.

Na última quarta-feira, a Prefeitura anunciou o retorno da reforma do prédio da farmácia municipal, parada há anos. De acordo com a administração municipal, o orçamento é de mais de R$ 60 mil de recursos próprios. A obra deve ser finalizada em até noventa dias. Ainda não há informações sobre o possível horário de funcionamento.

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