Cerca de 130 crianças devem ficar sem leite em Aparecida

Beneficiários do Programa Estadual Viva Leite perdem o recadastramento e devem ser cortados

Rafael Rodrigues
Aparecida

Pelo menos 132 crianças de Aparecida devem ficar sem o leite distribuído por meio do o Viva Leite do Governo do Estado de São Paulo, a partir de 2017. O benefício será bloqueado pelo Estado, de acordo com a secretária municipal de Bem Estar Social, Isabel Cesar Pereira, porque os pais deixaram de adequar os documentos exigidos pelo Governo.

Com quatro filhos com idades entre 2 e 11 anos, a desempregada Maria Inês de Andrade contou que não saberia como alimentar todos de sua casa sem a ajuda de programas assistenciais, entre eles, o Viva Leite. Dois de seus filhos recebem o benefício, e por saber das dificuldades, ela correu contra o tempo para regularizar a situação de cada um. “Recebi o recado de que tinha que arrumar os documentos e logo em uma semana no máximo eu já fiz tudo que eu precisava”.

Isabel Pereira destacou que sem o cadastro, não é possível atender às famílias. “Os Governos Estadual e Federal exigem que todas as famílias que tenham algum beneficio estejam regularmente em dia com o seu Cadastro Único. Todas as pessoas devem ter também o número do NIS (Número de Identificação Social)”.

A responsável pela pasta social em Aparecida disse que vários avisos foram feitos ao longo dos últimos três meses para que as famílias pudessem regularizar a situação cadastral das crianças beneficiadas. “Essas famílias foram avisadas pelas assistentes sociais, além disso, todas receberam um bilhete durante a entrega do leite, algumas até agendaram, mas não vieram. Algumas até se negaram a fazer”.

Os beneficiados bloqueados a partir do ano que vem, dificilmente conseguirão voltar a receber o atendimento. “Até o momento, a informação que temos do Governo é que essas crianças perderam mesmo o leite. Pode ser que haja prorrogação, ou que eles abram novas vagas, mas diante da crise, e de todo esse problema, não acredito que eles devam voltar a receber o benefício”, contou Isabel.

Desde 1999 o Governo do Estado de São Paulo distribui gratuitamente leite pasteurizado à crianças em situação de vulnerabilidade social. Apesar de atualmente o Estado afirmar que são mais de 81 milhões de litros distribuídos anualmente, Isabel Cesar alegou que pelo menos em Aparecida não houve abertura de novas vagas. “O governo não está abrindo novas vagas. Isso acaba dando a entender que se não deixam nem entrar crianças novas no projeto, essas que perderam o beneficio dificilmente voltarão a receber o leite”.

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