Aparecida cancela retomada na rede hoteleira e Santuário

Medida é anunciada após uma reunião com representantes da categoria; Feira livre também é afetada

Hotéis localizados no bairro Santa Rita, em Aparecida; Prefeitura recua e adia reabertura do setor (Foto: Marcelo A. dos Santos)

Marcelo Augusto dos Santos
Aparecida

A Prefeitura de Aparecida cancelou a retomada da rede hoteleira e do Santuário Nacional para a próxima terça-feira (28). A Igreja e a categoria foram liberados após decreto publicado no último dia 15, mas o avanço das contaminações pelo novo coronavírus levou o Município à retroagir na flexibilização das atividades.

O maior templo católico do Brasil não tem celebrações com público desde do dia 14 de março, quando a juíza Luciene Belan Ferreira Allemand acatou o pedido do Ministério Público, que apontava que a medida era necessária a para se evitar a disseminação do novo coronavírus.

De acordo com o documento, os proprietários do seguimento de hospedagem e a Igreja devem assinar um termo de compromisso. Além disso, hotéis e similares, só podem funcionar com uma capacidade máxima de 30 %, deixar 5% de leitos para pessoas que apresentarem sintomas.

Mas após uma reunião de vídeo conferência feita com representantes do sindicato Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares Aparecida e Vale Histórico), ambulantes e galeria junto ao promotor de Justiça Luís Dias, o Município decidiu cancelar a volta das atividades.

“O doutor Luís fez toda uma explanação sobre a situação de Aparecida e mostrando o grande número de pessoas que nós recebemos semanalmente (…) foi acordado que nós suspenderíamos essa abertura”, explicou a prefeita Dina Morais Moreira (DEM).

Dina informou também que pediu junto à Delegacia Regional de Saúde um estudo cientifico para saber as condições ideais para uma reabertura do turismo e hotelaria na cidade. “Temos que entender que é uma realidade complicada que estamos vivemos e que desde da publicação deste decreto de provável abertura no dia 28, o números de infectados e óbitos vem crescendo”.

O decreto anterior, que atendia reivindicação de hoteleiros e Igreja foi publicado no último dia 15, quando Aparecida registrava 82 casos confirmados, 33 pacientes recuperados, um paciente na “Ala Covid”, quatro internados em outros hospitais e dois óbitos. Desde então, a cidade já passou por crescimento acelerado da doença e até mesmo apontamento de preocupação da direção da Santa Casa com a falta de leitos dias após a liberação. Atualmente, de acordo com boletim da secretaria de Saúde de Aparecida, a cidade chegou aos 131 casos confirmados de Covid-19, sendo 67 pessoas recuperadas, 54 em isolamento domiciliar e em bom estado de saúde, quatro pacientes internados e seis mortos.

A decisão afeta também o Santuário Nacional, que está a três meses do inicio da novena de Nossa Senhora Aparecida. O dia 12 outubro é o mais importante para cidade e recebeu no ano passando 125 mil pessoas, entre elas o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

Em nota publicada no início da noite de sexta-feira, o Santuário Nacional defendeu uma abertura “gradual e responsável” das atividades, que “além de atender o anseio do público devoto, responde também às necessidades de Aparecida, que depende majoritariamente da atividade turística (trecho da nota)”.

O texto destaca ainda que o Santuário “está preparado para a abertura gradual e continua reconhecendo no Poder Executivo Estadual e Municipal as legítimas instâncias com a responsabilidade de flexibilizar o funcionamento dos diversos setores, tendo como parâmetro o Plano São Paulo e o compromisso dos diversos segmentos do município”.

Regulamentação – A cidade tem 230 hotéis e segundo a Prefeitura, apenas oito foram atendidos para a entrega dos formulário para reabertura.

Mesmo com o cancelamento, os proprietários podem fazer a entrega dos documentos do CLI (Certificado de Licenciamento Integrado) para o funcionamento do estabelecimento.

São necessários as licenças de vários órgãos, como: Corpo de Bombeiros, Cetesb, Vigilância Sanitária e Inscrição Municipal (funcionamento). Sem essas comprovantes, a empresa de hospedagem não pode funcionar legalmente.

 

 

 

 

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