Alteração na organização do comércio de Aparecida divide opiniões no setor

Com proposta, lojistas não poderão expor mercadorias penduradas ou nas calçadas da cidade

Produtos são expostos na calçada no Centro de Aparecida; proposta da Prefeitura tenta impedir falhas na organização dos estabelecimentos (Foto: Leandro Oliveira)
Produtos são expostos na calçada no Centro de Aparecida; proposta da Prefeitura tenta impedir falhas na organização dos estabelecimentos (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Aparecida

Depois de a Prefeitura de Aparecida ter confirmado uma nova organização no comércio da cidade, os donos de estabelecimentos estão com as opiniões dividas com relação a decisão do Executivo. No início do ano, o prefeito Ernaldo César Marcondes (PMDB) confirmou que os lojistas ficarão proibidos de expor mercadorias nas calçadas da cidade a partir do dia 1º de março.

O decreto só entra em vigor no próximo mês e tem como objetivo dar mais espaço e segurança ao romeiro, que transita pelas ruas da cidade. Num primeiro momento, os comerciantes poderão expor as mercadorias num limite de 20 centímetros da calçada. Quem desrespeitar a determinação terá os produtos aprendidos pela fiscalização municipal.

“Nós estamos organizando o comércio da cidade. Temos várias lojas que expõe os produtos do lado de fora. O proprietário coloca sua mercadoria nas calçadas ou penduradas e isso atrapalha o fluxo de pedestres e até os consumidores que estão procurando algo nas lojas”, contou o prefeito. “Essa área não é de direito de uso. A calçada é pública. O lojista vai expor dentro da loja, onde ele paga alvará e licença”, finalizou.

Entre os comerciantes, o tema divide opiniões. Uma parcela dos vendedores e proprietários de lojas é a favor da determinação, já que ela daria à cidade um aspecto mais atrativo aos romeiros. Outra parte dos trabalhadores é contra, pois uma das estratégias usadas para atrair os clientes é exatamente a de expor as mercadorias nas calçadas ou penduradas do lado de fora do comércio.

“Eu acho que tem um limite, ou quantidade de produtos expostos, limite de tamanho, altura. Porque, infelizmente, tem muita gente que faz duas lojas, uma dentro e outra na calçada. Tem muito proprietário de loja sem noção, que abusa e coloca os produtos na calçada, faz com que os romeiros quase batam a cabeça nas mercadorias penduradas”, respondeu a vendedora Michele Gonzalez, que é a favor da determinação da Prefeitura.

Diferente de Michele, a comerciante Eunice Aparecida é contra a mudança. Segundo ela, alguns lojistas têm lojas muito pequenas e um dos métodos usados para chamar a atenção do romeiro é expor parte da mercadoria do lado de fora do comércio. “O comerciante sobrevive de vendas. Se recolherem tudo para a parte de dentro de uma loja que nem tem ventilação, a gente vai ficar acuado, sem ter o que fazer”.

O vendedor Alisson Carvalho ficou em cima do muro com a determinação. Ele enxerga pontos positivos e negativos da mudança. “Eu vejo que, por um lado, a cidade vai ficar mais bonita, mais ampla. Mas por outro lado, penso que tudo aquilo que é exposto na parte de fora das lojas chama atenção do romeiro. Eu sou a favor da mudança, mas tenho receio de prejudicar financeiramente o comerciante”.

Com opiniões dividas e situações distintas, os comerciantes de Aparecida já começam a se preparar para uma nova realidade do comércio da cidade.

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