Sem diálogo, reajuste de servidores de Aparecida fica indefinido
Sindicato critica falta de interesse da administração em negociar melhorias para categoria
Rafael Rodrigues
Aparecida
Março é a data-base para definição dos vencimentos e benefícios dos servidores da Prefeitura de Aparecida, mas um mês depois, não houve negociação entre sindicato e administração. A queixa é da própria entidade, que no início do mês de abril entregou requerimento solicitando um encontro entre Executivo e representantes da categoria, mas que até o momento não obteve resposta.
De acordo com o presidente do sindicato dos Servidores de Aparecida, Fábio Sérgio de Oliveira, não houve sequer uma reposta oficial sobre o pedido de negociação. “Oficialmente, no papel, até agora eles não falaram nada. Na semana que vem vamos fazer uma assembleia para sabermos qual rumo vamos tomar. Não podemos esperar a boa vontade deles”.
Sobre o rumo que a categoria pode tomar, diante da falta de negociação, o presidente do sindicato não descartou uma paralisação ou até mesmo o ingresso de ação judicial no Ministério Público.
Ele disse ainda que a única informação que chegou à entidade foi que a Prefeitura não estaria em condições de debater questões financeiras, devido ao imbróglio envolvendo a suspensão da cobrança do IPTU (Imposto, Predial, Territorial e Urbano). “Como os vereadores entraram com ação pedindo a suspensão do IPTU e a Prefeitura teve que recolher os carnês, eles alegam que não sabem quanto vão arrecadar e por isso não podem sentar em uma mesa de negociações”.
O sindicato afirmou que em abril do ano passado, o acordo entre as partes já havia sido definido e o reajuste já anunciado. “No ano passado, nessa época, já tínhamos o percentual de aumento, e tínhamos tudo acertado, e ainda não conseguimos conversar com o prefeito”, afirmou.
Os servidores pedem reajuste de 6% nos vencimentos e outras melhorias, como vale-alimentação no valor de R$ 150, aprovação do Plano de Carreira e a aplicação da lei que cria a comissão que investigaria assédio moral contra os trabalhadores.
O Plano de Carreira dos servidores foi elaborado durante um período em que o atual prefeito, Ernaldo Cesar Marcondes (MDB), estava à frente da Prefeitura interinamente. Em 2016, com a volta do então prefeito Antônio Márcio de Siqueira (PSDB), o projeto não foi enviado à Câmara.
Mesmo com a vitória nas urnas, Marcondes não enviou o projeto em 2017. Um dos benefícios pedidos e que ainda não foram debatidos, a comissão de análise de assédio moral, é uma reivindicação de vários funcionários, que se queixam no Sindicato de serem coagidos no local de trabalho. A comissão seria formada por indicados pelo sindicato e pela Prefeitura para investigar abusos de chefes, diretores e secretários com os servidores. “Tem tido muita reclamação a esse respeito, de chefes que obrigam empregados a fazer as coisas que não se deve fazer, intimidação, e outras formas de assédio”, finalizou.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para debater a situação, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.