Cai o número carteiras assinadas na região

Pesquisa aponta baixa em Guará e Lorena; indústria e comércio são os principais setores afetados

Aviso na vidraça de loja no Centro de Lorena indica vaga; cada vez mais raras, contratações na região caíram com crise econômica nacional (Foto: Francisco Assis)
Aviso na vidraça de loja no Centro de Lorena indica vaga; cada vez mais raras, contratações na região caíram com crise econômica nacional (Foto: Francisco Assis)

Rafaela Lourenço
Região

A crise financeira que tomou conta do País aumenta o número de desempregados na região. Segundo a pesquisa da Fundação Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), a Região Metropolitana do Vale do Paraíba é terceira do Estado que mais perdeu empregos formais em 2016, em comparação ao mesmo período do ano passado, com queda de 4,7%, equivalente a uma redução de 26.045 postos de trabalho.

De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), Cruzeiro progrediu referente aos dados, e Guaratinguetá é a cidade que mais desempregou de janeiro a maio deste ano, seguida por Lorena. Pindamonhangaba e Aparecida seguem com saldos positivos.

Na região, a cidade que mais sofreu o impacto das demissões, entre maio de 2015 e abril de 2016, foi Cruzeiro devido à forte queda na maior empregadora do município, a empresa Maxion. Já este ano, foi a terceira cidade que menos demitiu. Foram 1.356 contratados e 1.357 demitidos, resultando um saldo negativo de apenas -1.

Para o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Luiz Horta, que busca firmar parceiras para instalar novas indústrias na cidade, todo o País passa por este tipo de situação e Cruzeiro não é um caso isolado. “A atual economia do País não está permitindo contratações para compensar as demissões ocorridas entre 2014 e 2015”, salientou.

Guaratinguetá foi o município que mais desempregou nos cinco primeiros meses. Com um saldo negativo de -430 carteiras assinadas, a cidade empregou 3.613 e demitiu 4.043. Os setores mais atingidos foram serviços e comércio, com baixas de -244 e -240 respectivamente.

Com o cenário semelhante, Lorena aparece com saldo negativo de -275. Foram 2.147 admissões e 2.422 demissões. Os setores mais impactados foram indústria de transformação, com -211, e comércio, com -89 de saldo. “Com a economia parada, famílias deixam de gastar e isso nos afeta, mas o comércio em si está se mantendo”, comentou o presidente do Sincomerciários (Sindicato dos Empregados no Comércio de Lorena), Luiz Alfredo Pereira.

Para o secretário de Administração e Desenvolvimento Econômico e Turístico de Lorena, Gustavo Rodrigues, a Prefeitura busca, por meio de parceria com a Investe SP (agência de promoção de investimentos e competitividades), atrair novos investimentos. “Mesmo diante do atual cenário econômico nacional, Lorena tem participado da prospecção de ao menos dois grandes investimentos internacionais, que serão divulgados assim que forem efetivamente definidos”.

Ainda de acordo com Rodrigues, houve o declínio nas contratações do comércio, mas no segundo semestre o quadro progredirá com as contratações da loja de vestuário, Outlet, no Eco Valle Shopping.

De acordo com a diretora do PAT de Lorena, Julie Salomão, são atendidas cerca de duas mil pessoas ao mês, se somados todos os tipos de atendimentos. “Na média de trinta empresas que abrem vagas, 50% são encaminhadas pelo PAT, e o que mais pesa é a falta de mão de obra qualificada”, comentou.

Na contramão – Pindamonhangaba e Aparecida são as cidades que mais contrataram. Aparecida teve um saldo total positivo de 27 novas carteiras assinadas. Foram 1.487 admitidos e 1.460 pessoas demitidas.

Já Pindamonhangaba aparece com saldo de 598 novos empregos, num total de 5.367 admissões e 4.769 demissões. “Isso é fruto de um trabalho implantado em 2013, atrair médias e pequenas empresas, pois elas são menos afetadas com a crise”, contou secretário de Desenvolvimento Econômico de Pindamonhangaba, Rubens Fernandes.

Segundo o secretário, o município possui um projeto já encaminhado, para a construção de uma nova área de polo industrial para cem empresas.

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