Audiência no TRT pode decretar final da greve na Santa Casa de Cachoeira

Paralisação ultrapassa dois meses; trabalhadores cobram pagamento de salários e direitos trabalhistas atrasados

Um caixão, que foi utilizado como protesto por salários atrasados em frente à Santa Casa de Cachoeira Paulista (Foto: Arquivo Atos)
Um caixão, que foi utilizado como protesto por salários atrasados em frente à Santa Casa de Cachoeira Paulista (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Cachoeira Paulista

Mais de dois meses em greve, os funcionários da Santa Casa de Cachoeira Paulista acusam a Prefeitura de não cooperar para o avanço das negociações. Em busca de um acordo, as partes participarão de uma audiência na tarde desta quarta-feira no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) em Campinas.

Iniciado na última semana de agosto, o movimento grevista, que conta com a adesão de cerca de noventa trabalhadores, cobram o pagamento de dois meses de salários atrasados. Cesta básica e o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) não são pagos há cerca de seis anos.

Para pressionar o prefeito João Luiz Ramos (PSB) a quitar as dívidas com a categoria, os grevistas organizaram três passeatas pelo município. Além de cartazes, chegaram a colocar um caixão na porta do Pronto Socorro, simbolizando a morte do setor da saúde em Cachoeira Paulista.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde de São José dos Campos e Região, Martinho Luiz dos Santos, na semana passada foi realizada uma reunião entre os grevistas e João Luiz. “Para variar, o prefeito e sua equipe não ofereceram nenhuma saída para essa situação. Eles falaram que estavam fazendo o possível, mas não tem de onde tirar o dinheiro para pagar os salários e direitos trabalhistas atrasados. Está faltando boa vontade do Executivo em resolver esse problema, enquanto muitos funcionários estão praticamente passando fome”.

O diretor revelou ainda que a categoria aposta no sucesso de uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho, marcada para esta quarta-feira, para solucionar o caso. “Já que a Prefeitura só nos enrola, tivemos que levar o caso para o TRT. Nossa expectativa é que o Tribunal pressione o Município a tomar uma atitude para acabar com esse absurdo”, frisou Martinho. “Nós e os representantes da Prefeitura já confirmamos presença, e tomara que um acordo seja celebrado”.

Em nota oficial, a Prefeitura de Cachoeira Paulista afirmou que os grevistas reivindicam estabilidade de emprego, o que não é possível diante da dificuldade financeira que o município enfrenta.

A nota ressalta que o Pronto Socorro está funcionando normalmente e que em nenhum momento deixou de atender os pacientes e o que não está funcionando são as internações na Santa Casa, devido à necessidade da realização de obras de adequação no prédio.

Em relação à reunião no TRT, a Prefeitura não respondeu as perguntas solicitadas pelo Jornal Atos.

Atendimento – Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Saúde de São José dos Campos e Região, o atendimento na Santa Casa e Pronto Socorro de Cachoeira Paulista estão sendo mantidos com o contingente de 30% dos funcionários, respeitando uma ordem judicial.

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