Maior empregadora de Cruzeiro, Maxion inicia jornada reduzida

Acordo com sindicato pretende garantir postos de trabalho depois de ano marcado por demissões

Da Redação
Cruzeiro

Para garantir o emprego em uma das maiores indústrias de Cruzeiro, a Metalúrgica Maxion, os quase quatro mil funcionários iniciaram o ano trabalhando com jornada e salários reduzidos. A medida está prevista em acordo coletivo firmado no fim do ano passado, quando a categoria aderiu ao cronograma do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que dá estabilidade aos empregados até abril do próximo ano.
Para João Paulo, que trabalha no setor de caldeiraria da empresa, apesar de desconfortável, já que terá o salário reduzido, a medida é válida, pois em comparação com outros colegas ainda tem o emprego e a garantia de manter a casa. “Eu vejo vários amigos que foram mandados embora no ano passado e que hoje estão passando por uma situação difícil. Eu sei que vou ter que reduzir muito as contas, mas mesmo assim pelo menos ainda estou empregado”.
O PPE, do Governo Federal, reduz os salários e a jornada de trabalho em 10% e 20% respectivamente. De acordo com o sindicato que representa a categoria, os funcionários trabalharão de segunda a quinta-feira com jornada de 7h48 minutos e, às sextas-feiras, em meio período, sendo quatro horas de trabalho.
A entidade informou ainda que esse sistema implantado será seguido pelos metalúrgicos durante todo primeiro semestre, mas que existe grande probabilidade de que ele seja renovado até 2017.
Em 2015, a Maxion, que fabrica rodas e chassis automotivos, foi atingida em cheio pela crise econômica nacional. Depois que montadoras comaçaram a registrar queda nas vendas, não demorou muito para que o efeito chegasse até Cruzeiro
No primeiro semestre, 860 trabalhadores foram demitidos em um dos piores anos da empresa. Na oportunidade não só o setor de metalurgia foi atingido pela crise, mas também o comércio de Cruzeiro, que sentiu de perto os efeitos das demissões, já que a Maxion é a maior empregadora da cidade.
Em um município de aproximadamente 80 mil habitantes, o total de demissões e a instabilidade financeira das famílias acabaram respingando também na saúde, já deficitária pelos problemas enfrentados na Santa Casa. No ano passado a direção da entidade afirmou que o número de atendimentos realizados pelos SUS (sistema Único de Saúde) havia aumentado consideravelmente depois das demissões, já que 860 famílias perderam o beneficio do plano de saúde da empresa.

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