Valeta obriga moradores a conviverem com esgoto a céu aberto no Itaguaçu

Local recebe dejetos de várias ruas causando mau cheiro, animais peçonhentos tiram a tranquilidade da população

Valeta no Itaguaçú vem tirando o sono de famílias do bairro (Foto: Rafael Rodrigues)
Valeta no Itaguaçú vem tirando o sono de famílias do bairro (Foto: Rafael Rodrigues)

Rafael Rodrigues
Aparecida

Centenas de moradores do bairro do Itaguaçu, em Aparecida, convivem há anos com um problema que se tornou insustentável na última semana. De acordo com os moradores, mesmo após a obra do Governo do Estado de São Paulo que prometia coletar o esgoto das casas do bairro, o problema se acentuou, pelo contrário, tem sido cada vez mais difícil conviver com a valeta, principalmente em dias de calor.

Uma valeta ao lado da avenida Itapitanga recebe o esgoto de dezenas de residências do bairro, e quem mora no local ou nas proximidades não aguenta mais o mau cheiro, o surgimento de animais peçonhentos e outros problemas que se agravaram depois que uma máquina passou no local, aumentando ainda mais a vazão e levando sujeira para via.

“Diariamente sofremos com esse problema, agora as máquinas vieram aqui, fizeram essa limpeza no córrego, e deixaram o lixo tudo acumulado na avenida. Temos esse esgoto a céu aberto, sujeira, mau cheiro, bichos. Até hoje ninguém fez nada por nós, entra prefeito e sai prefeito e até agora não conseguimos nenhuma melhoria”, reclamou Denis Flávio, morador da rua Itabapoã.

O problema que corta a rua é sentido em outras vias do bairro, já que a extensão da valeta corta aproximadamente outras oito ruas do Itaguaçu. Quanto mais próximo à avenida, maiores são as dificuldades dos moradores.

A aposentada Rosalina Maria dos Santos, que mora na rua Itaíguara, tem um ritual antes de dormir para tentar ter uma noite tranquila de sono. “Na minha casa eu tenho que tampar todos os buracos do portão, porta da sala, para não deixar nenhum bicho entrar, porque entra sapo, aranha, cobra, escorpião, e é assim que a gente vive”.

Vera Lúcia, outra moradora da rua Itabapoã, contou que sente muito medo com o problema, já que o estado de sua mãe é delicado e ela acredita que morar perto de um esgoto a céu aberto pode prejudicar ainda mais sua saúde. “Não tem condições nem de passar pedestre, nem carro nem nada nessa avenida. Eu tenho uma mãe acamada, e tenho certeza que o cheiro de esgoto acaba fazendo mal para ela. E a gente vive nesse descaso, convivendo com animais peçonhentos”.

Saae – O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Aparecida informou que o problema no bairro do Itaguaçu é causado principalmente pela obra feita pelo Governo do Estado, que prometia a coleta e o tratamento do esgoto em toda cidade.

Segundo ele, como a obra não foi totalmente concluída e parte dela foi feita “de maneira errada”, muitos problemas ainda persistem. Alguns deles, como o do bairro do Itaguaçu, acabaram agravados. “É mais um problema que herdamos da empresa que fez as obras da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto). A tubulação que coleta o esgoto das casas é de seis polegadas, e a que está próxima a essa valeta também, sendo que deveria ser maior, por isso a empresa acabou fazendo umas saídas alternativas e com isso o esgoto caí nessa valeta ocasionando o problema”.

O diretor da autarquia, João Marcos Guimarães, garantiu que já existe um planejamento para aumentar as polegadas para coleta desse esgoto para diminuir o problema dos moradores. “Vamos até o local, porque a gente precisa fazer pelo menos a manutenção. Eu falei com a secretaria de Obras, e temos que fazer uma ação rápida, mas não é fácil porque mexe com a obra do governo do Estado, mas vamos terminar com esse problema”.

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