Médicos da Santa Casa de Aparecida confirmam paralisação de cirurgias

Profissionais reclamam de atrasos; urgência e emergência continuam normalmente

A entrada do Pronto Socorro de Aparecida, que funciona mesmo com a paralisação parcial da Santa Casa; funcionários reivindicam atraso de pagamento de dois meses (Foto: Rafael Rodrigues)
A entrada do Pronto Socorro de Aparecida, que funciona mesmo com a paralisação parcial da Santa Casa; funcionários reivindicam atraso de pagamento de dois meses (Foto: Rafael Rodrigues)

Rafael Rodrigues
Aparecida

Os médicos que compõem o quadro clínico da Santa Casa de Aparecida confirmaram na manhã desta terça-feira que existe uma paralisação parcial de alguns serviços prestados pela entidade. Mesmo com o atendimento normal no Pronto Socorro, cirurgias eletivas, agendadas previamente, estão suspensas temporariamente.

Os profissionais reivindicam o pagamento dos dois meses e salários atrasados, bem como outros benefícios que desde novembro não são pagos.

Jair Alves de Oliveira, que faz parte do quadro de médicos do hospital, explicou que desde o último dia 11 as operações que podem ser reagendadas e que não são consideradas de urgência e emergência estão suspensas. “Realmente hoje (terça-feira) existe uma paralisação dos médicos da Santa Casa de Aparecida, que atinge os procedimentos eletivos, ou seja, aqueles agendados e que podem ser remarcados para outra data. Não há paralisação dos serviços de urgência e emergência, mesmo porque por dever legal e ético os médicos não podem parar com esse tipo de atendimento”.

Apesar do manifesto, Oliveira fez questão de tranquilizar a população, alegando que em casos de urgência e emergência, mesmo que seja necessário processo cirúrgico, todos os pacientes são atendidos normalmente. “Chegando gestante, ou com fratura, ele vai ser atendido no Pronto Socorro e depois encaminhado para Santa Casa. Se for caso cirúrgico, será sim atendido pela equipe que está no local para trabalhar”.

Os profissionais explicaram que os constantes atrasos nos vencimentos duram quase um ano. Oliveira disse que os médicos contratados pela entidade são terceirizados, ou seja, já abrem mão de diversos benefícios trabalhistas. “Os médicos são terceirizados. Ao fazer esse tipo de contratação, o profissional acaba por abrir mão, por força do contrato, de vários benefícios. Nós trabalhamos por meio de plantão de 24 horas e os salários de setembro e outubro estão atrasados”.

Outra situação exposta pelos profissionais é referente aos repasses das verbas profissionais, destinadas aos médicos, que vem dos governos Federal e Estadual, que desde novembro não são pagos.

Entidade – O administrador da Santa Casa, Frei Daniel Kurt, confirmou a paralisação e minimizou o problema, alegando que os casos em que o serviço está suspenso podem ser remarcados para outra data. “De fato existe uma paralisação, e essas cirurgias podem ser remarcadas. Claro que pode surgir o prejuízo da demora, mas os municípios atendidos já foram comunicados, e a DRS (Diretoria Regional de Saúde) já está ciente que o nosso ambulatório está paralisado”.

O religioso disse ainda que a Prefeitura pagou na última segunda-feira a última parcela da verba municipal, referente a manutenção do Pronto Atendimento, que atualmente gira em torno de R$ 330 mil. Sobre os atrasos das outras esferas governamentais, principalmente do Estado, o administrador acredita que em breve será resolvido. “Estamos aguardando uma nova reunião com o Estado, para que possamos dar sequência nessa questão. Acredito que em breve será resolvida essa situação, até porque pelas informações que eu recebi, o governador está empenhado em resolver essa situação”.

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