Inauguração aumenta expectativa por segurança para vizinhos do novo Mercadão
Moradores apostam na inauguração para inibir os assaltos, antigo problema da região; previsão para maio
Da Redação
Lorena
Prometida há quase uma década, a entrega da reforma do Mercado Municipal de Lorena está cada vez mais próxima. Um dos principais pontos do plano de governo de Fábio Marcondes (PSDB), a obra deve não só recuperar um prédio que estava em ruínas, como melhorar as condições da região. Pelo menos é isso que acreditam os vizinhos do centro comercial, que esperam, entre outras melhorias, o reforço na segurança de uma das áreas mais afetadas pela ação de assaltantes.
A antiga fábrica de açúcar ficou no passado, assim como as paredes velhas, mal cuidadas, as portas enferrujadas, os ratos que corriam pela noite, as reclamações dos vizinhos e as promessas de quem fez do antigo prédio na avenida Capitão Messias Ribeiro uma carta na manga em tempos de eleições. Já na reta final, o trabalho de recuperação do Mercado Municipal tem elevado a expectativa de quem conviveu com a abandonada construção e conviverá com o novo centro comercial e de serviços públicos.
A principal preocupação de quem mora ou trabalha próximo ao Mercadão é a violência. A região, que conta ainda com a sede da Prefeitura e a Santa Casa, fica entre duas faculdades (Fatea e Unisal) e deve receber não só o “Novo Mercadão” como também o AME (Ambulatório Médico de Especialidades), obra do Estado esperada para junho, após vários adiamentos na obra e na entrega, já que o prédio está pronto desde outubro passado.
O que eles esperam é que com o aumento no volume de pessoas, a atenção também aumente. “De dia tem movimento, mas a noite é perigosa (a região), deserta. Vi um assalto atrás do Mercadão esses dias mesmo, mas com esse movimento, acho que vai diminuir, porque vai ter de ter mais policiamento”, acredita o aposentado Renato Monteiro, 66 anos, que há trinta anos mora na rua Paulino Chagas. “Talvez a própria Prefeitura coloque os guardas durante a noite, aí acho que vai melhorar”, completou.
O assalto citado por Monteiro também aumentou o medo do comerciante Rafael de Oliveira, que há 18 anos mantém uma loja próxima ao Mercadão. Ele contou que chegou a ver de longe a movimentação. “Esse assalto na esquina, com uma moça, eu mesmo vi. Depois de duas horas, a Polícia apareceu. Essa região é perigosa, acho que tem de aumentar o policiamento, não só por causa do Mercadão”, pediu.
Outro vizinho do mercado municipal não só foi testemunha, como também vítima dos assaltos. Aos 73 anos, o servidor público aposentado Benedito de Oliveira não pensa em deixar sua casa, na avenida Capitão Messias Ribeiro, onde mora há três décadas, mas quer mais tranquilidade para viver ao lado do “novo velho vizinho”. “A gente fica feliz, porque acha que vai ter mais segurança, principalmente à noite, porque agora não tem segurança nenhuma. Eu já fui assaltado. Eram umas 22h, dois pivetes chegaram, me abordaram e levaram minha bicicleta”.
Mas não é só de segurança que se alimenta a expectativa pelo centro comercial. Além dos boxes que serão negociados com comerciantes da cidade, a implantação de serviços como a secretaria de Obras e Planejamento, o Procon (Agência de Proteção e Defesa do Consumidor), PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), Banco do Povo e um espaço para o Grupo da Melhor Idade.
“O que a gente espera é que melhore, porque o comércio está fraco. Acho que com o Mercadão vai ter mais gente por aqui e nosso movimento também vai crescer”, projetou Renato Monteiro.
De acordo com a Prefeitura, não há ainda um contato com a Polícia Militar para algum tipo de pedido de reforço. A própria Guarda Municipal ainda não tem um planejamento estratégico definido.
A professora de matemática Juanita Leite Marcondes mora há 58 anos próxima ao prédio, e aguarda as mudanças que a região deve sofrer com as inaugurações. “Acredito mesmo que o que possa trazer um impacto maior é o AME, mas o Mercadão será um impacto favorável e teremos muitos ganhos, não só por causa do policiamento, da segurança, mas também pelo preservação do patrimônio”.
A reportagem do Jornal Atos tentou contato com a Polícia Militar, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
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