Com apenas três candidatos, debate de Cachoeira tem Mineiro como principal alvo
Acusação de mentiras, regularização das dívidas e habitação são os destaques no encontro promovido por universidades e Diocese na noite de quinta-feira
Bruna Viana
Cachoeira Paulista
Com ausência de quatro candidatos, o Teatro Teresa D’Ávila foi palco do primeiro encontro entre concorrentes de Cachoeira Paulista pela Prefeitura, realizado na noite desta quinta-feira (19). O ex-prefeito o Antônio Carlos Mineiro (Avante), o jornalista e ex-vereador Breno Anaya (PP) e o administrador Pastor Rodolfo (DC) participaram do evento promovido pelos centros universitários, Unifatea (Centro Universitário Teresa D’Ávila), Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), Faculdade Serra Dourada e a Pastoral Fé e Cidadania da Diocese de Lorena. Entre propostas e discussões, o destaque foi entre Pastor Rodolfo e Mineiro, que protagonizaram os maiores conflitos da noite.
Na apresentação das prioridades de governo dos candidatos, assuntos como segurança pública, saúde e equilíbrio fiscal da Prefeitura. Mas foram as discussões políticas que marcaram o evento.
Pastor Rodolfo questionou o prefeito cassado sobre os seus planos para habitação, dando foco para os bairros “retirados”, ou afastados, dando como exemplo o Turma 26, onde o candidato mora. Na resposta, Mineiro comentou como a habitação foi um foco na administração, e que concluíram as moradias no local. Rodolfo discordou e disse que a obra era estadual e foi retomada pelo CDHU (Companhia de Desenvolvimento Urbano). O ex-prefeito rebateu, dizendo que a obra não foi concluída porque “sumiram com o dinheiro na gestão, e o senhor (Pastor Rodolfo) sabe disso porque você fazia parte da gestão”.
Outro destaque foi o questionamento de Breno Anaya sobre andamento político na administração de Mineiro, perguntando sobre o seu vice-prefeito, Ailton Vieira (PSD), que assumiu o cargo após a cassação do titular. A resposta contou com um “não fiz acordo” e “não vendi a Prefeitura para ninguém, nem para o vice”.
Questionado sobre a regularização das dívidas do Município e o seu papel de vereador pelo Pastor Rodolfo, Anaya comentou que buscava fiscalizar, e que tinha independência de votar favorável ou contrário o que achava pertinente.
O quarto bloco foi marcado por alegações de mentiras entre os candidatos. Mais uma vez, Pastor Rodolfo e Mineiro entraram em conflito. O primeiro, autodenominado de “representantes dos pobres”, relembrou as empresas de valores absurdos que o ex-prefeito teria dito que retiraria. O empresário respondeu dizendo que tudo na Prefeitura estava licitado. O embate ainda continuou, com Rodolfo dizendo que o candidato “não precisava ficar bravo”, pela falta de compreensão do seu questionamento.
Após o debate, Breno Anaya avaliou o encontro positivamente pela troca de propostas de maneira respeitosa, mas criticou a ausência dos concorrentes. “Eu fico triste. Nunca na história da cidade teve sete candidatos a prefeito e agora que vivemos um momento histórico com a Unifatea e as rádios parceiras realizando um debate, apenas três toparem. Quem foge do debate, será que vai fugir em futuro de decisões da cidade? Será que vai fugir da mídia e da população?”.
Já Mineiro destacou que a proposta é dar continuidade da administração e falou sobre as provocações dos candidatos. “Eu acho muito importante (o debate). Infelizmente tem candidato que vem só para causar, porque é uma pessoa que fala mentiras e você não tem jeito de responder”.
Pastor Rodolfo apontou para a realidade da população de Cachoeira Paulista e sobre as ações de governo. “Como empresário, sem sombra de dúvida, eu quero trabalhar com o facilitamento fiscal. Quero incentivar os empresários, pequeno, grande e médio. Porque Cachoeira Paulista, como uma cidade turística, precisa de incentivo fiscal”.