De volta à Câmara, Celão cita “consciência tranquila” sobre denúncias
Vereador retoma cadeira do PSD após quatro meses; determinação judicial acatada pela Casa devolver cargo
Da Redação
Guaratinguetá
A sessão de Câmara desta terça-feira (17) foi marcada pelo retorno do vereador Marcelo Coutinho, o ‘Celão’ (PSD), ao cargo. Após determinação do Tribunal de Justiça, o parlamentar foi reconduzido ao cargo e retornou à Casa. No plenário, o parlamentar citou ética e respeito dos anos em que esteve à frente da Câmara, na função de presidente, durante discurso no púlpito.
O vereador discursou durante o intervalo da primeira para a segunda sessão, que são realizadas no mesmo dia em Guaratinguetá. “Eu tenho uma história dentro da vida pública pautada dentro da legalidade, do respeito, da ética e principalmente com a atribuição da prestação do meu serviço para os eleitores que confiam o voto em mim”.
Ainda em discurso, Celão afirmou que passou por um período delicado enquanto esteve afastado da Câmara. O vereador ainda indicou que pode ter havido uma decisão errônea, na sua interpretação, por seu afastamento, que foi decidido em primeira instância e frisou a decisão tomada pelo Tribunal de Justiça na última semana.
“Tive que passar por esses momentos de dificuldades, no qual eu agradeço a minha família e amigos, que viveram dias difíceis comigo, mas que o Tribunal de Justiça, acabou por unanimidade, mostrando que houve uma decisão tomada em primeira instância, de maneira, talvez, equivocada”, opinou. “Tudo que for possível para continuar contribuindo com a Justiça, eu estou à disposição para esclarecer todas essas situações”, concluiu.
O vereador foi procurado pela reportagem do Jornal Atos após a sessão, mas preferiu não se manifestar, alegando estar seguindo as orientações do seu corpo jurídico.
Celão retorna para à cadeira do PSD, que estava ocupada pelo primeiro suplente da sigla, Orville Teixeira. Marcelo Coutinho foi convocado para a função na tarde da última segunda. Além dele, três servidores da Casa retornaram aos serviços após terem sido afastados.
O processo que investiga as denúncias de crimes licitatórios, que tem como um dos investigados o vereador Celão, corre em esfera judicial. As práticas investigadas são referentes a 2020, quando a Câmara, presidida à época por Celão, contratou uma empresa para sanitização de sua sede e de um prédio de propriedade do Legislativo.
A operação Overcharge foi deflagrada pelo Seccold (Setor Especializado no Combate a Corrupção, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro) e colocou no centro das investigações o nome de Celão, um ex-assessor, os sócios da empresa investigada, e servidores da Câmara.
A Polícia Civil apontou crimes licitatórios, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica e organização criminosa e concluiu o inquérito neste ano. O caso segue sob análise na Justiça.