Após reclamações, Câmara de Guará aprova requerimento por tempo de tolerância no Zona Azul

Solicitação de Dani Dias (PSC) sugere 15 minutos de tolerância para emissão de novo tíquete para estacionamento rotativo da cidade

Trabalho de agentes da zona azul, em Guará; tempo de tolerância é aprovado pela Câmara (Foto: Fabiana Cugolo)

Fabiana Cugolo
Guaratinguetá

A Câmara de Guaratinguetá aprovou, por unanimidade, o requerimento da vereadora Dani Dias (PSC) para a possibilidade da criação de um tempo de tolerância de 15 minutos para a emissão de um novo tíquete de estacionamento do Zona Azul. A ideia, apresentada na sessão da segunda-feira (6), pede que o Executivo interceda junto à empresa Estacionamento Digital, que gerencia o serviço.

De acordo com a propositura, atualmente são 1.136 vagas divididas entre zona azul e zona verde (vagas próximas a hospitais) na região central de Guaratinguetá.

Usuário do sistema, Carlos Rezende relatou que já recebeu notificações que devem ser pagas para não se tornarem multas de trânsito, e que já passou por situações que poderiam ser evitadas por minutos de tolerância. “Eu estava indo até um laboratório de exames clínicos, na rua Monsenhor Filippo, no Centro, e parei em uma vaga bem em frente à entrada do laboratório. Desci já com o celular em mãos para acessar o aplicativo do estacionamento e entrei para a fila de coleta de sangue. Colocando as informações no aplicativo e também passando meus dados no laboratório, foram no máximo dez minutos desde o momento que estacionei o carro até fazer a locação pelo celular. Quando saí do laboratório vi que tinha uma notificação no meu carro, com diferença de dois minutos antes do horário em que realizei o pagamento pelo aplicativo”, explicou.

Outra usuária do estacionamento rotativo, Sarah Mello, contou que recebeu uma notificação cerca de três minutos após estacionar e seguir a pé para um salão de beleza, na região central. “Eu utilizo o aplicativo, estacionei próximo do local para onde eu estava indo, na rua Lamartine Delamare. Estacionei e apenas atravessei a rua, para que, chegando no salão, eu conectasse meu celular no Wi-Fi para realizar o pagamento, mas recebi o aviso nesse curto prazo de tempo”, frisou.

Autora do requerimento, Dani Dias destacou, em entrevista ao Jornal Atos, que direcionou o pedido à secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana para a possibilidade de ajustes no contrato junto à empresa que gerencia o estacionamento rotativo. “Demos entrada nesse requerimento em virtude da quantidade de reclamações que tenho recebido no meu gabinete sobre a quantidade de multas que estão sendo aplicadas na cidade, e a prestação de serviço por parte da empresa que opera o estacionamento rotativo. E o que as pessoas têm reclamado é que muitas vezes não existe uma tolerância quando se vai ao Centro da cidade, e nem todos querem manusear o aplicativo ou encontram dificuldades para utilizá-lo, e, rapidamente, a multa é aplicada. Não existe um tempo hábil para que o cidadão estacione o carro e procure a forma mais apropriada para efetuar o pagamento”, exemplificou a vereadora, que acrescentou relatos sobre parquímetros com defeito ou desativados e a falta de agentes nos locais.

Procurado pela reportagem do Atos, o subsecretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Rafael Porto, explicou que os estudos sobre o tempo de tolerância já estão sendo realizados junto à empresa Estacionamento Digital e que as análises são complexas. “O nosso decreto não prevê essa tolerância. Em função disso, o contrato, que foi baseado no decreto, também não previu, acarretando em um impacto no equilíbrio econômico-financeiro desse contrato, não só na queda da arrecadação, mas, principalmente, a necessidade de uma dupla fiscalização, onde há necessidade de se verificar o carro estacionado sem o pagamento da tarifa, e 15 minutos após, essa nova verificação”, enfatizou.

Ainda de acordo com a Mobilidade, os estudos seguem em andamento para que o impacto financeiro não seja repassado no custo da tarifa. Outra questão analisada é o tempo solicitado de 15 minutos, onde a pasta e a empresa pesquisam exemplos de cidades que já praticam o tempo de tolerância, como Lorena, que tem a tolerância de cinco minutos. Segundo Porto, se as tratativas entre secretaria e empresa forem positivas para a mudança, o decreto deve ser modificado no município. A Mobilidade ainda reforçou que segue com objetivo de proporcionar facilidade e bem-estar para a população que utiliza o estacionamento rotativo.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?