Compra de notebooks é alvo de nova CIP em Cruzeiro

Comissão investiga valores R$ 500 mil acima de mercado; vereador questionou pen drives 200% mais caros

Da Redação

Cruzeiro

A Câmara de Cruzeiro aprovou mais uma CIP (Comissão de Investigação e Processante) na sessão desta segunda-feira (14). Desta vez o alvo é a compra de notebooks, adquiridos por valores acima do mercado, em sistema que gerou prejuízo em cerca de R$ 500 mil.

Os 770 computadores foram adquiridos pela secretaria de Educação em dezembro de 2014.

A denúncia partiu do vereador Marco Aurélio Siqueira (PR). “Fizemos uma estimativa e contatamos dano ao patrimônio público em quase meio milhão”, contou o oposicionista.

Os 770 notebooks foram comprados pela administração municipal após licitação por preço unitário de R$ 1.300. “Enquanto isso, esse mesmo computador é encontrado por R$ 899 no mercado”, apontou Siqueira, que frisou que o pedido de abertura da CIP não se trata de uma acusação de corrupção. “Longe disso, mas temos que trazer para a realidade, que essa compra mal fadada gerou para o município um prejuízo e que isso precisa ser ressarcido”.

A denúncia acarretou no pedido de abertura da CIP, aprovada por sete votos favoráveis. O autor do pedido se absteve do voto, enquanto o vereador Carlinhos Stock Car (PR) chegou à sessão após a votação.

Ele fará parte da comissão que vai investigar a compra como relator. Além dele, Charles Eduardo Fernandes (PDT) será o presidente, e Mário Roberto Notharangeli (PT) o membro.

Para Marco Aurélio Siqueira, a compra por valores acima do mercado mostra como a Prefeitura tem que se adequar ao momento de aperto financeiro da cidade. “O município precisa tomar conta do dinheiro da cidade, até pela atual condição de Cruzeiro. É importante que a comissão não investigue apenas os computadores, porque foram comprados mil pen drives a R$ 60 cada, sendo que encontramos o mesmo aparelho a R$ 20 no mercado”, apontou.

A comissão tem cinco dias para notificar o Executivo e noventa para apresentar o relatório que será votado na Câmara.

Batata quente – O questionamento que levou a abertura da CIP foi respondido pelo secretário de Educação de Cruzeiro, Joselito Lemes. Segundo ele, no procedimento, a Educação apenas indica a demanda ao setor de compras, responsável pelo processo de aquisição. “Eles fazem a aquisição após procedimento licitatório, com três empresas idôneas. Agora, o que acontece é que grandes magazines não fornecem para a Prefeitura, porque não aguentam o preço, fora o problema com o atraso de pagamentos neste ano difícil”, argumentou o secretário.

Para Lemes, a comparação de preços é equivocada. “Não dá para comparar lojas comuns com as grandes magazines. Ficamos à mercê dos preços de mercado”.

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