CGU condena Paulo Vieira por pagamento de propina
Investigado na operação Porto Seguro, vereador fica inelegível por oito anos e impedido de ocupar cargos em empresas públicas

Andreah Martins
Cruzeiro
Uma informação publicada no Diário da União, na manhã da última quarta-feira, abalou o meio político de Cruzeiro. Investigado na Operação da Polícia Federal, deflagrada como Porto Seguro, o vereador Paulo Vieira (PR) teve sua sentença revelada. A decisão impede a ocupação de cargos de diretoria e conselhos administrativos em empresas federais, estaduais e municipais. Com isso, Vieira se torna ilegível por oito anos.
Na investigação, resultado do PAD (Processo Administrativo Disciplinar), foi comprovado que o ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas) realizou práticas de intermediação junto a repartições públicas, valimento do cargo e improbidade administrativa. A punição foi aplicada pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e a CGU (Controladoria Geral da União).
Segundo o Ministério, o caso começou a ser averiguado em 2012, após revelação de um antigo auditor do TCU (Tribunal de Contas da União), Cyonil da Cunha Borges, que contou ter recebido propina de R$ 300 mil de Vieira.
A ideia seria de conseguir a emissão de parecer favorável do órgão na regularização do contrato de arrendamento imobiliário. O acordo envolvia a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), em que já foi conselheiro, e a ANA, que atuava no Porto de Santos.
Durante a operação da Polícia Federal, em 2013, o vereador havia disponibilizado à Justiça, as movimentações bancárias de sua conta. Os recursos referentes à Facic (Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro) são controlados por uma fundação no nome da mulher de Vieira. Na época, houve bloqueio da conta após o inicio das investigações e liberada no final de dezembro. O vereador chegou a ficar preso por sete dias, mas conseguiu que respondesse o processo em liberdade.
Nas eleições de 2016, o ex-auditor de Finanças e Controle da secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, ficou em primeiro lugar entre os dez vereadores eleitos para a Câmara, com quase 1,7 mil votos.
Procurado pela reportagem do Jornal Atos, o vereador não retornou às ligações e mensagens da redação. Já a Câmara de Cruzeiro relatou não se pronunciar sobre a decisão por não ter sido notificada.