Câmara de Cachoeira rejeita CEI para investigar paralisação do transporte escolar

Vereadores cobram dados sobre contrato entre ABC e convênio Município/Estado; votação é definida em voto minerva de Leo Fênix

Léo Fênix, que teve voto decisivo para o arquivamento do pedido de CEI sobre transporte escolar (Foto: Arquivo Atos)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

A Câmara de Cachoeira Paulista rejeitou por sete votos contrários, na última terça-feira (5), a abertura de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para apurar possíveis irregularidades na contratação, pagamento e paralisação do serviço de transporte escolar realizado pela empresa ABC Transportes no município. O serviço segue parado, prejudicando alunos, professores e funcionários das redes municipal e estadual.

O requerimento de abertura da CEI contou com a assinatura de cinco vereadores: Rodolpho Borges (Rede), Adriana Vieira (PTB), Agenor do Todico (PL), Rogéria Lucas (PODE) e Thálitha Barboza (PT). Além dos autores do pedido, o parlamentar Felipe Piscina (União) foi o único a votar favorável à investigação.

Ângela Protetora (MDB), Carlinhos da Saúde (PL), Dil Fonseca (PSD), Luiz Gonzaga Brejão (Pode), Max Barros (União) e Nenê do São João (PSB) votaram contra a criação da CEI. Com seis votos favoráveis e seis votos contrários coube ao presidente da Câmara, Léo Fênix (PSB), o desempate, que optou pela rejeição do pedido.

“Na mesma sessão já haviam sido aprovados requerimentos de autoria das vereadoras Thálitha e Adriana, que solicitaram ao Executivo informações acerca do contrato de transporte escolar”, destacou Fênix sobre o seu voto de minerva.

O requerimento foi lido quatro dias após a ABC Transportes, responsável por levar os alunos às escolas, optar por paralisar suas atividades por falta de pagamento. Com o interrompimento do serviço, estudantes deixaram de frequentar as aulas.

Borges, um dos autores do pedido, defendeu a criação da CEI. “Os motoristas ficaram sem receber, as crianças prejudicadas com o seu ano letivo, as mães sem trabalharem porque não tinham com quem deixar os filhos. A CEI não é uma cassação, é para investigar possíveis irregularidades”.

Thálitha citou que a abertura da investigação seria uma oportunidade para esclarecer os fatos e que o intuito era resolver a situação dos alunos que estão perdendo aulas e provas importantes. “É um assunto muito sério, um assunto que envolve mais de setecentas crianças de Cachoeira. A gente tem que pensar nas crianças da Zona Rural. Tem criança que uma das principais refeições do dia é a refeição que a criança faz dentro do ambiente escolar”, frisou a vereadora.

Nenê do São João, um dos vereadores que se posicionou contra a abertura da CEI, disse que apesar de seu voto é favorável a situação dos motoristas e dos alunos. “Todos os requerimentos (das vereadoras Thálitha e Adriana) que passaram nessa casa foram aprovados para a gente ter informação do que está acontecendo. Está na Controladoria Geral do Estado para eles investigarem. Hoje, teve reunião no gabinete do prefeito e tive a notícia de que amanhã será feito o pagamento e voltará ao normal o transporte das crianças”, afirmou Nenê.

A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com o prefeito Antônio Carlos Mineiro (MDB) para averiguar a informação a respeito do pagamento à empresa ABC pelo serviço de transporte escolar. “A empresa encaminhou agora à noite um esclarecimento que está sob avaliação. Sendo esclarecido, será pago”, enfatizou Mineiro.

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