Câmara cassa mandato de Mineiro após dez horas de sessão

Mesmo com obra em andamento, processante sobre reconstrução de ponte da Turma 26 retirou cargo do prefeito com dez votos; ele deve recorrer judicialmente

Antônio Carlos Mineiro, cassado em sessão de dez horas na Câmara; polêmica sobre ponte deve seguir na Justiça (Foto: Arquivo Atos)

Da Redação
Cachoeira Paulista

O prefeito de Cachoeira Paulista, Antônio Carlos Mineiro (MDB), foi cassado na madrugada desta quinta-feira (8) após sessão com mais de dez horas de duração na Câmara. Ele foi alvo de Comissão Processante que investigou prática de infração político-administrativa no caso da reconstrução da ponte do bairro Turma 26. O chefe do Executivo deve recorrer na Justiça.

A Comissão Processante foi formada no final de março pelos vereadores Felipe Piscina (União) como presidente, Agenor do Todico (PL), relator, e Carlinhos da Saúde (PSD), membro. Mineiro foi acusado pelo autor do pedido, o empresário Rodolfo Fernando Ribeiro, de negligência no caso da ponte que caiu em janeiro, depois do município ser atingido por uma forte chuva.

Depois da leitura do relatório do processo, laudo da defesa de Mineiro (que apresentou o andamento da obra, a negociação e laudo da Defesa Civil do Estado e dados da engenharia municipal), a apresentação de vídeo das oitivas e da fala dos vereadores, a votação teve início na madrugada e acabou às 1h10, com dez votos favoráveis à cassação do prefeito. Agenor do Todico (PL), Carlinhos da Saúde (PL), Dil Fonseca (PSD), Felipe Piscina (União), o presidente da Câmara Léo Fênix (PSD), Luiz Gonzaga Brejão (PSC), Max Barros (União), Nenê do São João (PSB), Rodolpho Borges (Rede) e Rogéria Lucas (Podemos). Contrárias à condenação, Adriana Vieira (PTB) e Ângela Protetora (MDB). A vereadora Thálitha Barboza não participou da sessão por motivos de saúde.

Com a cassação, o vice-prefeito Ailton Vieira (PTB) assume o cargo. Veira, que é médico, já comandou a Prefeitura, em 1996.

Em participação no programa Atos no Rádio da última terça-feira (6), Mineiro havia destacado que em caso de cassação, tentaria reverter o processo com ação judicial.

Histórico – Desde janeiro, as mais de 150 famílias do bairro sofrem com os transtornos causados pela queda da ponte que era utilizada para ter acesso à região central da cidade. A Prefeitura, com o intuito de amenizar os problemas, instalou uma ponte provisória de madeira no mesmo local em que a de concreto desabou, permitindo a travessia de pedestres, ciclistas e motociclistas. O governo disponibilizou, gratuitamente, transporte coletivo até o Centro.

Os moradores que possuem carro, caminhão, passaram a utilizar uma rota alternativa pelo bairro vizinho Embauzinho, que acaba sendo mais longa.

Dois dias após a processante ser instaurada, o chefe do Executivo rebateu a acusação de demora com a assinatura do convênio com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para as obras no local.

No final do mês de abril, a empresa S.O.Pontes Engenharia foi habilitada e classificada como vencedora do processo licitatório para construção da ponte, em meio à Comissão Processante, aberta na Câmara, em março.

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