Defesa Civil determina demolição de casa incendiada na Vila Hepacaré

Ainda sem confirmação, causa de fogo seria carregador de celular; famílias abrigadas por amigos

Caminhão do Corpo de Bombeiros combate incêndio em casa na rua Carijós, interditada nesta terça-feira; após vistoria, casa será interditada (Foto: Francisco Assis)
Caminhão do Corpo de Bombeiros combate incêndio em casa na rua Carijós, interditada nesta terça-feira; após vistoria, casa será interditada (Foto: Francisco Assis)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Um incêndio na noite desta terça-feira (15) interditou duas casas germinadas na Vila Hepacaré, em Lorena. As famílias foram abrigadas por amigos e parentes. O local terá de ser demolido.

A ocorrência assustou os moradores das residências, que ficam entre as ruas Tupi e Carijós, próximas ao Velório Municipal. Percebendo o fogo que tomou conta de uma casa por volta das 20h, o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas o primeiro combate foi feito pelas próprias famílias.

O trabalho dos bombeiros foi iniciado pela casa da rua Carijós. Em questão de minutos, o fogo já estava controlado, porém suficiente para causar estragos consideráveis.

Moradora da casa da rua Carijós, a doméstica Jucelaine de Lima estava há cinco meses no local, que acabou sendo totalmente afetado pelo incêndio. “Estava lavando o quintal, vi fumaça saindo e aí me assustei. Quando vi, já tinha se alastrado”, contou.

No momento do incêndio, ela estava com os dois filhos, uma adolescente e uma criança de seis anos. “Eu perdi tudo. Não sei se vou conseguir recuperar algo. Vou ficar na casa de amigos e esperar o que vão decidir sobre essa casa”.

A decisão, esperada por Jucelaine, ficou por conta da Defesa Civil e da equipe de engenharia da Prefeitura, que avaliaram as casas no dia seguinte, quarta-feira. Na primeira vistoria, horas depois da ocorrência, o operador da Defesa Civil, Alessandro Rogério Oliveira, destacou que a primeira casa foi bastante danificada. “Queimou madeiras, as telhas ficaram penduradas. Não tem como ficar ninguém dentro. A segunda (casa na rua Tupi), a perda foi menor. O fogo foi controlado mais rapidamente”, revelou. “O trabalho rápido dos bombeiros ajudou a evitar maiores perdas, e até mesmo que alguém se machucasse”, comentou.

Na “segunda casa”, como identificou Oliveira, mora a família da diarista Lucimara Aparecida de Souza. Além da diarista e sua mãe, quatro filhos também tentavam retirar o máximo de objetos da casa, antes que ela fosse interditada. “Saí para colocar crédito no celular. Minha mãe estava deitada, minha filha tomando banho e outra filha na casa da cunhada. Quando vi o fogo na casa da vizinha, pensei que fosse lixo, madeira, mas depois que vi, entrei gritando pela minha mãe. O fogo já estava na sala da minha casa. O que estava lá eu perdi”, contou Lucimara, sentada na calçada, aos prantos.
Cercada pelos filhos, ela tentava imaginar o que faria para recuperar o que perdeu. “Eu não tenho saída. Trabalho de faxina. Hoje tenho, amanhã não tenho. Vou ficar com família, mas a gente está cansada de perder as coisas”, lamentou.

Nenhuma das duas famílias tiveram feridos. De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Lorena, Robson Fernando Dias, foi verificado que a casa atingida pelo incêndio precisará ser demolida. “Os engenheiros verificaram que infelizmente a estrutura do imóvel foi totalmente abalada. Ainda não temos uma data definida para a demolição do local, mas todos os trâmites já estão sendo realizados. As duas casas seguem interditadas”.

Dias ressaltou ainda que a causa do incêndio segue indefinida, mas o órgão tem uma suspeita. “Num dos cômodos havia uma tomada com um carregador de celular. Ainda não podemos afirmar que essa foi à causa, mas sabemos que deixar o carregador ligado após o aparelho já estar com a bateria completamente recarregada, acaba gerando uma sobrecarga”.

Preocupação – O coordenador da Defesa Civil de Lorena revelou que pela primeira vez na história do município foram registrados tantos casos de incêndio num curto espaço de tempo. “Tivemos quatro incêndios em residências em menos de quatro meses. Os incidentes aconteceram em casas da Vila Nunes, Brisas do Campo, Olaria e Vila Hepacaré. Todos os imóveis foram condenados à demolição. A perícia ainda não revelou as causas destes incêndios”.

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